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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

CRÔNICA A RIQUEZA DA BRUZUNDANGA - LIMA BARRETO - ATIVIDADES PARA O ENSINO MÉDIO



Os bruzundangas, de Lima Barreto, é uma coletânea das crônicas originalmente publicadas no jornal A.B.C., durante o ano de 1917. A coletânea só foi lançada em livro em 1923, quando o escritor já havia morrido.

Sob o nome Bruzundanga, país ficcional, pode-se identificar facilmente o Brasil, que na época passava por mudanças políticas aparentemente radicais, mas que em nada melhoraram a condição de vida das classes menos privilegiadas.

Nessa obra, Lima Barreto trata da política, do ensino, da religião, das artes e de vários outros aspectos da Bruzundanga.

Leia, a seguir, parte de uma dessas crônicas.

A RIQUEZA DA BRUZUNDANGA
Lima Barreto

Quando abrimos qualquer compêndio de geografia da Bruzundanga, quando se lê qualquer poema patriótico desse país, ficamos com a convicção de que essa nação é a mais rica da terra.

A Bruzundanga, diz um livro do grande sábio Volkate Ben Volkate, possui nas entranhas do seu solo todos os minerais da terra.

A província das jazidas tem ouro, diamantes; a dos Bois, carvão de pedra e turfa; a dos Cocos, diamantes, ouro, mármore, safiras, esmeraldas; a dos Bambus, cobre, estanho e ferro. No reino mineral, nada pede o nosso país aos outros. Assim também no vegetal, em que é sobremodo rica a nossa maravilhosa terra.

A borracha, continua ele, pode ser extraída de várias árvores que crescem na nossa opulenta nação; o algodoeiro é quase nativo; o cacau pode ser colhido duas vezes por ano; a cana-de-açúcar nasce espontaneamente; o café, que é a sua principal riqueza,dá quase sem cuidado algum e assim todas as plantas úteis nascem na nossa Bruzundanga com facilidade e rapidez, proporcionando ao estrangeiro a sensação de que ela é o verdadeiro paraíso terrestre.

Nesse tom, todos os escritores, tanto os mais calmos e independentes como os de encomenda, cantam a formosa terra da Bruzundanga.

Os seus acidentes naturais, as suas montanhas, os seus rios, os seus portos são também assim decantados. Os seus rios são os mais longos e profundos, do mundo; os seus portos, os mais fáceis ao acesso de grandes navios e os mais abrigados etc, etc.

Entretanto, quem examinar com calma esse ditirambo e o confrontar com a realidade dos fatos há de achar estranho tanto entusiasmo.

A Bruzundanga tem carvão, mas não queima o seu nas fornalhas de suas locomotivas. Compra-o à Inglaterra, que o vende por bom preço. Quando se pergunta aos sábios dos país por que isto se dá, eles fazem um relatório deste tamanho e nada dizem. Falam em calorias, em teor de enxofre, em escórias, em grelhas, em fornalhas, em carvão americano, em briquettes, em camadas, e nada explicam de todo. Os do povo, porém, concluem logo que o tal carvão de pedra da Bruzundanga não serve para fornalhas, mas, com certeza, pode ser aproveitado como material de construção, por ser de pedra.

O que se dá com o carvão, dá-se com outras riquezas da Bruzundanga. Elas existem, mas ninguém as conhece. O ouro, por exemplo, é tido como uma das fortunas da Bruzundanga, mas lá não corre uma moeda desse metal. Mesmo, nas montras dos cambistas, as que vemos são estrangeiras. Podem ser turcas, abexins, chinas, gregas, mas do país não há nenhuma. Contudo, todos afirmam que o país é a pátria do ouro.

O povo da Bruzundanga é doce e crente, mais supersticioso do que crente, e entre as suas supertições está esta do ouro. Ele nunca o viu, ele nunca sentiu o seu brilho fascinador; mas todo bruzundanguense está certo de que possui no seu quintal um filão de ouro.

Com o café dá-se uma cousa interessante. O café é tido como uma das maiores riquezas do país; entretanto é uma das maiores pobrezas. Sabem por quê? Porque o café é o maior "mordedor" das finanças da Bruzundanga.

Eu me explico. O café, ou antes, a cutura do café é a base da oligarquia política que domina a nação. A sua árvore é cultivada em grandes latifúndios pertencentes a essa gente que, em geral, mal os conhece, deixando-os entregues a administradores, senhores, nessas vastas terras, de braço e cutelo, distribuindo soberanamente jsutiça, só não cunhando moeda, porque, desde séculos, tal cousa é privilégio do Rei.

Os proprietários dos latifúndios vivem nas cidades, gastando à larga, levando vida de nababos e com funaças de aristocratas. Quando o café não lhes dá o bastante para as suas imponências e as da família, começam a clamar que o país vai à garra; que é preciso salvar a lavoura; que o café é a base da vida econômica do país; e - zás - arranjam meios e modos do governo central decretar um empréstimo de milhões para valorizar o produto.

Curiosos economistas que pretendem elevar o valor de uma mercadoria cuja oferta excede às necessidades da procura. Mais sábios, parece, são os donos de armarinhos que dizem vender barato para vender muito...

Arranjado o empréstimo, está a coisa acabada. Eles, os oligarcas, nadam em ouro durante cinco anos, todo o país paga os juros e o povo fica mais escorchado de impostos e vexações fiscais. Passam-se os anos, o café não dá o bastante para o luxo dos doges, dogaresas e dogarinhas da baga rubra, e logo eles tratam de arranjar um anova valorização.

A manobra da "valorização" consiste em fazer que o governo compre o café por um preço que seja vantajoso aos interessados e o retenha em depósito; mas, acontece que os interessados são, em geral, governo ou parentes dele, de modo que os interessados fixam para eles mesmos o preço da venda, preço que lhes dê fartos lucros, sem se incomodar que "o café" venha a ser, senão a pobreza, ao menos a fonte da pobreza da Bruzundanga, com os tais empréstimos para as valorizações.

Além disso, o café esgota as terras, torna-as maninhas, de modo que regiões do país, que foram opulentas pela sua cultura, em menos de meio século ficaram estéreis e sáfaras.

BARRETO, Lima. A riqueza da Bruzundanga. In: Os bruzundangas. São Paulo: Ática, 1985.


ATIVIDADES

1. Qual a principal crítica social presente na crônica "A riqueza da Bruzundanga"?

a) A exploração dos recursos naturais do país pelas grandes potências estrangeiras.
b) A corrupção política e a concentração de riqueza nas mãos de poucos.
c) A falta de investimento em educação e desenvolvimento tecnológico.
d) A dependência econômica do Brasil em relação à produção de café.

2. Qual a função do país fictício Bruzundanga na obra de Lima Barreto?

a) Satirizar os costumes e as mazelas da sociedade brasileira da época.
b) Criar um universo fantástico e desvinculado da realidade brasileira.
c) Idealizar um país com grandes potencialidades e recursos naturais.
d) Celebrar a cultura e a história do Brasil.

3. Qual é a principal crítica de Lima Barreto ao sistema de "valorização do café"?

a) A falta de investimento em outras culturas agrícolas.
b) A exploração dos trabalhadores rurais.
c) A corrupção e o enriquecimento ilícito dos políticos.
d) A dependência do Brasil em relação ao mercado internacional.








GABARITO
1: B
2: A
3: C


 







sábado, 18 de janeiro de 2025

CRÔNICA A MINHA GLÓRIA LITERÁRIA DE RUBEM BRAGA - ATIVIDADES COM GABARITO


O escritor Rubem Braga relata nessa crônica experiências de colégio ao fazer redações para a disciplina de Português.

"Quando a alma vibra, atormentada..."

Tremi de emoção ao ver essas palavras impressas. E lá estava o meu nome, que pela primeira vez eu vi em letra de forma. O jornal era O Itapemirim, órgão oficial do "Grêmio Domingos Martins", dos alunos do Colégio Pedro Palácios, de Cachoeiro do Itapemirim, Estado do Espírito Santo.

O professor de Português passara uma composição: "A lágrima".  Não tive dúvidas: peguei a pena e me pus a dizer coisas sublimes. Ganhei 10, e ainda por cima a composição foi publicada no jornalzinho do colégio. Não era para menos:

"Quando a alma vibra, atormentada, às pulsações de um coração amargurado pelo peso da desgraça, este, numa explosão irremediável, num desabafo sincero de infortúnios, angústias e mágoas indefiníveis, externa-se, oprimido, por uma gota de água ardente como o desejo e consoladora como a esperança; e esta pérola de amargura arrebatada pela dor ao oceano tumultuoso da alma dilacerada é a própria essência do sofrimento: é a lágrima".

É claro que eu não parava aí. Depois outras belezas, eu chamo a lágrima de "traidora inconsciente dos segredos d'alma", descubro que ela "amolece os corações mais duros" e também (o que é mais estranho) "endurece os corações mais moles". E acabo com certo exagero dizendo que ela foi "sempre, através da História, a realizadora dos maiores empreendimentos, a salvadora miraculosa de cidades e nações, talismã encantado de vingança e crime, de brandura e perdão."

Sim, eu era um pouco exagerado; hoje não me arriscaria a afirmar tantas coisas. Mas o importante é que minha composição abafara e tanto que não faltou um colega despeitado que pusesse em dúvida a sua autoria: eu devia ter copiado aquilo de algum almanaque.

A suspeita tinha seus motivos: tímido e mal falante, meio emburrado na conversa, eu não parecia capaz de tamanha eloquência. O fato é que a suspeita não me feriu, antes me orgulhou; e a recebi com desdém, sem querer desmentir a acusação. Veriam, eu sabia escrever coisas loucas: dispunha secretamente de um imenso estoque de "corações amargurados", "pérolas de amargura" e "talismã encantados", para embasbacar os incréus; veriam...

Uma semana depois o professor mandou que nós todos escrevêssemos sobre a Bandeira Nacional. Foi então que - dá-lhe, Braga! - meti uma bossa que deixou todos maravilhados. Minha composição tinha poucas linhas, mas era nada menos que uma paráfrase do Padre-nosso, que começava assim: "Bandeira nossa, que estais no céu...".

Não me lembro do resto, mas era divino. Ganhei novamente 10, o professor fez questão de ler, ele mesmo, a minha obrinha para a classe estupefata. Essa composição não foi publicada porque O Itapemerim deixara de sair, mas duas meninas - glória suave - tiraram cópias porque acharam uma beleza.

Foi logo depois das férias de junho que o professor passou nova composição: "Amanhecer na fazenda". Ora, eu tinha passado uns quinze dias na Boa Esperança, fazenda de meu tio Cristóvão, e estava muito bem informado sobre os amanheceres da mesma. Peguei da pena e fui contando com a maior facilidade. Passarinhos, galinhas, patos, uma negra jogando milho para as galinhas e os patos, um menino tirando leite da vaca, vaca mugindo... e no fim achei que ficava bonito, para fazer pendant com essa vaca mugindo (assim como "consoladora com a esperança" combinara com "ardente como o desejo"), um "burro zurrando". Depois fiz parágrafo, e repeti o mesmo zurro com um advérbio de modo, para fecho de ouro:

"Um burro zurrando escandalosamente".

Foi minha desgraça. O professor disse que daquela vez o senhor Braga o havia decepcionado, não tinha levado a sério seu dever e não merecia uma nota maior do que 5; e para mostrar como era ruim minha composição leu aquele final; "Um burro zurrando escandalosamente".

Foi uma gargalhada geral dos alunos, uma gargalhada que era uma grande vaia cruel. Sorri amarelo. Minha glória literária fora por água abaixo.

(Rubem Braga)


ATIVIDADES

1. Qual a principal emoção que o autor expressa ao relembrar sua primeira publicação no jornal do colégio?

a) Arrependimento por ter utilizado expressões exageradas.
b) Orgulho pela sua capacidade de escrever e pela repercussão de seu texto.
c) Vergonha por ter plagiado um texto de um almanaque.
d) Tristeza por não ter continuado escrevendo após esse sucesso inicial.

2. Qual característica da escrita do jovem Rubem Braga é evidenciada na crônica?

a) A preferência por temas complexos e filosóficos.
b) O uso de uma linguagem rebuscada e formal.
c) A tendência a exagerar e a utilizar adjetivos grandiosos.
d) A objetividade e a concisão na expressão das ideias.








GABARITO

1: B
2: C


sábado, 11 de janeiro de 2025

CRÔNICA OS TATUADORES - AUTORIA JOÃO DO RIO - ATIVIDADES DE LITERATURA PARA O ENSINO MÉDIO COM GABARITO



O livro A alma encantadora das ruas reúne crônicas de João do Rio, pseudônimo de um jornalista do início do século XX. Publicadas em jornais e revistas da época, essas crônicas revelam aspectos curiosos da cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Vamos ler um trecho de uma delas.





OS TATUADORES
João do Rio

- Quer marcar?
Era um petiz de doze anos talvez. A roupa em frangalhos, os pés nus, as mãos pouco limpas e um certo ar de dignidade na pergunta. O interlocutor, um rapazola loiro, com uma doirada carne de adolescente, sentado a uma porta, indagou:
- Por quanto?
- É conforme - continuou o petiz. - É inicial ou coroa?
- É um coração!
- Com nome dentro?
O rapaz hesitou. Depois:
- Sim, com nome: Maria Josefina.
- Fica tudo por uns seis mil-réis.
Houve um momento em que se discutiu o preço, e o petiz estava inflexível, quando vindo do quiosque da esquina um outro se acercou:
- Ó moço, faço eu; não escute embromações!
- Pagarás o que quiser, moço.
O rapazola sorria. Afinal resignou-se, arregaçou a manga da camisa de meia, pondo em relevo a musculatura do braço. O petiz tirou do bolso três agulhas amarradas, um pé de cálix com fuligem e começou o trabalho. Era na rua Clapp, perto do cais, no século XX... A tatuagem! Será então verdade a frase de Gautier: "O mais bruto do homem sente que o ornamento traça uma linha indelével de separação entre ele e o animal, e quando não pode enfeitar as próprias roupas recama a pele"?

A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Cook que a introduziu no Ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de Tatou ou tu tahou, "desenho". Muitos dizem mesmo que a palavra surgiu no ruído perceptível da agulha na pele: tac, tac. Mas como ela é antiga! O primeiro homem, decerto, ao perceber o pelo, descobriu a tatuagem. [...]
Os tatuadores têm várias maneiras de tatuar: por picadas, por incisão, por queimadura subepidérmica. As conhecidas entre nós são as incisivas, nos negros que trouxeram a tradição da África e, principalmente, as por picadas que se fazem com três agulhas amarradas e embebidas em graxa, tinta, anil ou fuligem, pólvora, acompanhando o desenho prévio. O marcador trabalha como as senhoras bordam.
Lombroso diz que a religião, a imitação, o ócio, a vontade, o espírito de corpo ou de seita, as paixões nobres, as paixões eróticas e o atavismo são as causas matenedoras dessa usança. Há uma outra - a sugestão do ambiente. Hoje toda a classe baixa da cidade é tatuada - tatuam-se marinheiros, em alguns corpos há o romance imageográfico de inversões dramáticas; tatuam-se soldados, vagabundos, criminosos, barregãs, mas também portugueses chegados da aldeia com a pele sem mancha, que a influência do meio obriga a incrustar no braço coroas de seu país.
Andei com Madruga três longos meses pelos mais primitivos, entre os atrasados morais, e nesses atrasados a camada que trabalha braçalmente, os carroceiros, os carregadores, os filhos dos carroceiros, deixaram-se tatuar porque era bonito, e são no fundo incapazes de ir parar na cadeia por qualquer crime. A outra, a perdida, a maior, o oceano da malandragem e da prostituição é que me proporcionou o ensejo de estudar ao ar livre o que se pode estudar na abafada atmosfera das prisões. A tatuagem tem nesse meio a significação do amor, do desprezo, do amuleto, da posse, do preservativo, das ideias patrióticas do indíviduo, da sua qualidade primordial.
Quase todos os rufiões e os rufistas do Rio têm na mão direita, entre o polegar e o indicador, cinco sinais que significam as chagas. Não há nenhum que não acredite derrubar o adversário dando-lhe uma bofetada com a mão assim marcada. O marinheiro Joaquim tem um Senhor crucificado no peito e uma cruz negra nas costas. Mandou fazer esse símbolo por esperteza. Quando sofre castigos, os guardiões sentem-se apavorados e sem coragem de sová-los.
- Parece que estão dando em Jesus!
A sereia dá lábia, a cobra atração, o peixe significa ligeireza n'água, a âncora e a estrela o homem do mar, as armas da República ou da Monarquia a sua compreensão política. Pelo número de coroas da Monarquia que eu vi, quase todo pessoal é monarquista.
Os lugares preferidos são as costas, as pernas, as coxas, os braços, as mãos. Nos braços estão em geral os nomes das amantes, frases inteiras, como exemplo esta frase de um soldado de um regimento de cavalaria: "Viva o Marechal de Ferro", desenhos sensuais, corações. O tronco é guardado para as coisas importantes, de saudade, de luxúria ou de religião. Hei de lembrar sempre o Madruga tatuando um funileiro, desejoso de lhe deixar uma estrela no peito.
- No peito, não! - cuspiu o mulato - no peito eu quero Nossa Senhora!
A sociedade, obedecendo à corrente das modernas ideias criminalistas, olha com desconfiança a tauagem. O curioso é que - e esses estranhos problemas de psicologia talvez não sejam nunca explicados - o curioso é que os que se deixam tatuar por não terem mais que fazer, em geral, o elemento puro das aldeias portuguesas, o único quase incontável da baixa classe do Rio, mostram sem o menor receio os braços enquanto os criminosos, os assassinos, os que já deixaram a ficha no gabinete de antropometria, fazem o possível para ocultá-los e escondem os desenhos do corpo como crime. Por que? Receio de que sejam os sinais por onde se faça o seu reconhecimento? Isso com os da polícia talvez. Mas mesmo com pessoas cujos intentos conhecem, o receio persiste, porque decerto eles consideram aquilo a marca de fogo da sociedade, de cuja tentação foram incapazes de fugir, levados pela inexorável fatalidade.
Há tatuagens religiosas, de amor, de nome, de vingança, de desprezo, de profissão, de beleza, de raça, e tatuagens obscenas.
A vida no seu feroz egoísmo é o que mais nitidamente ideografa a tatuagem.
As meretrizes e os criminosos nesse meio de becos e de facadas têm indeléveis ideias de perversidade e de amor. Um corpo desses, nu, é um estudo social. As mulheres mandam marcar corações com o nome dos amantes, brigam, desmancham a tatuagem pelo processo do Madruga, e marcam o mesmo nome no pé, no calcanhar.
- Olha, não venhas com presepadas, meu macacuano. Tenho-te aqui, desgraça!
- E mostram ao malandro, batendo com o chinelo, o seu nome odiado.
É a maior das ofensas: seu nome no calcanhar, roçando a poeira, amassado por todo o peso da mulher... [...]

RIO, João. A alma encantada das ruas. Org. de Raul Antelo. São Paulo, Companhia das Letras, 1997. p. 100-111.

Vocabulário
petiz: criança, garoto.
indelével: indestrutível; que não se pode apagar.
recamar: cobrir, revestir, adornar, enfeitar.
atavismo: reaparecimento, em um descendente, de um caráter não presente em seus ascendentes imediatos, mas sim em remotos.
barregã: concubina, mulher que vive amasiada com um homem.
rufião: indivíduo que se mete em brigas por causa de mulheres de má reputação; indivíduo brigão.
rufista: brigão.
antropometria: processo ou técnica de mensuração do corpo humano ou de suas várias partes.
presepada: farsa.
macacuano: natural de Cachoeira de Macacu (RJ).

 

ATIVIDADES

01: Em "Os Tatuadores", João do Rio apresenta a tatuagem como um fenômeno social complexo, carregado de significados e simbolismos. Analise como a prática da tatuagem, descrita pelo autor, reflete a identidade, os valores e as experiências de diferentes grupos sociais da época. Explore os significados atribuídos às tatuagens por marinheiros, criminosos, prostitutas e pessoas comuns, e como esses significados se relacionam com seus contextos sociais e históricos.

02: João do Rio, como cronista, adota um olhar particular sobre a realidade social que retrata. Analise como o autor, através de sua descrição da prática da tatuagem, constrói uma imagem da marginalidade e da criminalidade no Rio de Janeiro da época. Discuta o papel da linguagem e das descrições sensoriais na construção dessa imagem, e como o olhar do cronista se posiciona em relação aos personagens retratados.

03: A tatuagem, em "Os Tatuadores", pode ser interpretada como uma forma de resistência e afirmação de identidade, especialmente para grupos marginalizados. Analise como a prática da tatuagem se torna um ato de resistência contra a ordem social estabelecida, e como ela permite que os indivíduos expressem sua individualidade e pertencimento a grupos específicos. Discuta também a relação entre a tatuagem e a noção de corpo como território e como espaço de inscrição de identidades.







GABARITO

01: Espera-se que o aluno faça uma reflexão e levante as seguintes hipóteses: Em "Os Tatuadores", João do Rio nos apresenta um panorama rico e complexo da prática da tatuagem no Rio de Janeiro do início do século XX. Através das descrições minuciosas e da análise dos diferentes grupos sociais que se tatuavam, o autor revela a tatuagem como um fenômeno que transcende a mera ornamentação corporal, tornando-se um verdadeiro reflexo da identidade, dos valores e das experiências de cada indivíduo. Para os marinheiros, a tatuagem era uma espécie de amuleto, um símbolo de proteção nas longas viagens e uma forma de marcar a passagem pelo mar. A âncora, a estrela e o peixe eram desenhos comuns, representando a esperança, a orientação e a liberdade. Entre os criminosos, a tatuagem era uma forma de demarcar o território, de mostrar a quem pertenciam. As cruzes, os nomes de gangues e os símbolos religiosos deturpados eram frequentes, expressando tanto fé quanto desafio à ordem estabelecida. Para as prostitutas, a tatuagem era uma forma de sedução, de chamar a atenção e de marcar o corpo com os nomes de seus amantes. Os corações, as flores e os nomes eram os desenhos mais comuns, revelando um lado mais sentimental e, ao mesmo tempo, mais sofrido dessas mulheres. Entre as pessoas comuns, a tatuagem era muitas vezes uma forma de imitação, de seguir a moda ou de marcar um acontecimento importante. Os nomes de familiares, as datas de nascimento e os símbolos religiosos eram os mais populares.

02: Espera-se que o aluno faça uma reflexão e levante as seguintes hipóteses: Em "Os Tatuadores", João do Rio nos oferece um olhar singular sobre a marginalidade e a criminalidade no Rio de Janeiro do início do século XX. Através da análise da prática da tatuagem, o autor revela a complexidade desses grupos sociais, suas lutas, seus desejos e suas contradições. A linguagem rica e as descrições sensoriais do autor nos transportam para esse universo, permitindo-nos compreender melhor a sociedade carioca daquela época.

03: Espera-se que o aluno faça a seguinte reflexão: Em "Os Tatuadores", João do Rio nos apresenta a tatuagem não apenas como um adorno corporal, mas como um ato político e social. Ao marcar o corpo de forma permanente, os indivíduos tatuados desafiavam os padrões de beleza e comportamento estabelecidos pela sociedade, especialmente aqueles considerados marginais. A tatuagem, nesse contexto, funcionava como uma espécie de bandeira, um símbolo de resistência contra a ordem social estabelecida.


sábado, 19 de outubro de 2024

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - GÊNERO CRÔNICA

 
GÊNERO CRÔNICA

Trágico acidente de leitura

Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho. Nem lia: deslizava. Quando de súbito a terrível palavra apareceu, apareceu e ficou, plantada ali diante de mim, focando-me: ABSCÔNDITO. Que momento passei!... O momento de imobilidade e apreensão de quando o fotógrafo se posta atrás da máquina, envolvidos os dois no mesmo pano preto, como um duplo monstro misterioso e corcunda... O terrível silêncio do condenado ante o pelotão de fuzilamento, quando os soldados dormem na pontaria e o capitão vai gritar: Fogo!

Mário Quintana. Nova antologia poética. 5. ed. São Paulo: Globo, 1995.

1. O que o texto considerou um acidente de leitura?

2. Releia o trecho a seguir.

"Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho. Nem lia: deslizava. "

a) O que o narrador quis dizer nesse trecho?

b) As palavras foram empregadas no sentido literal ou figurado? Justifique sua resposta.

c) Podemos afirmar que o ato de ler dá prazer ao narrador? Como você chegou a essa conclusão?

3. No texto, o que está sendo comparado ao ato de ser fotografado?

4. Quem fala no texto relata o aparecimento da palavra abscôndito no meio de sua leitura. Para você ela é desconhecida? Em caso afirmativo, procure o significado da palavra no dicionário.

5. Por que a palavra abscôndito aparece em letra maiúscula no texto?

6. Localize no texto o emprego de reticências e explique que efeito de sentido elas criam no texto.








GABARITO

1. O fato de alguém ter encontrado uma palavra desconhecida no meio do livro que ele estava lendo.

2. a) Resposta possível: que quis dizer que estava envolvido na leitura, distante da realidade.
b) Em sentido figurado: um exemplo é o emprego da expressão "Nem lia: deslizava", que dá a ideia da suavidade e desenvoltura com que vivia aquele momento.
c) Sim, ele declara que lê comodamente como quem viaja, quem vive um sonho.

3. O fato de um leitor (no caso, o próprio narardor) se ver diante de uma palavra desconhecida e parar estático diante dela, como se fosse ser fotografado por alguém.

4. Resposta pessoal. Abscôndito: invisível, escondido, secreto.

5. Porque, escrita dessa maneira, ela se destaca, salta aos olhos do leitor, assim como aos olhos de quem escreve a crônica.

6. Resposta possível: elas servem para marcar a pausa e indicar a perplexidade do leitor diante da palavra nova. Elas também são usadas para indicar a suspensão da narração, permitindo ao leitor imaginar os sentimentos do narrado.


Fonte: OLIVEIRA, T. et al. Língua Portuguesa: tecendo linguagens.  3. ed. São Paulo: IBEP, 2012.



sábado, 4 de novembro de 2023

ATIVIDADES DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - LÍNGUA PORTUGUESA - 6º ANO FUNDAMENTAL II


LEIA O TEXTO A SEGUIR PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 01 A 07.

A DURAS PENAS

Começou implicando com as palavras. Certas palavras.
Algaravia foi a primeira delas. O pai usava muito, toda vez que desejava traduzir ou explicar alguma situação muito confusa. Não dizia o pai que estava "a maior confusão", por exemplo. Era sempre algaravia. "Algaravia dos diabos!"
Depois vieram outras, tantas outras. Como presepada, salamaleque, paralelepípedo, empáfia etc. Etcetera, aliás, foi uma das boas.
Mas aos poucos foi passando a fase da implicância com as palavras. Implicância também: "Não me venha com implicância!" Sempre o pai, às vezes a mãe. Todos implicantes. Todos implicavam com ele. Foi, também aos poucos, entendendo o sentido delas na prática e se acostumando com as repetições. Dentro ou fora do contexto (essa durou um tempão para ser digerida).
E veio a fase das expressões. Evoluía.
Tem bicho-carpinteiro. Dormiu o sono dos justos. Está como o diabo gosta. Trabalha feito um condenado. E vai por aí afora (essa, então, era terrível e inaceitável. Por aí onde?).
Um dia ouviu o pai reclamando porque conseguiu não-sei-o-quê a duras penas. Confusão na cabeça. Confusão geral. Até algaravia. Começou a pensar e procurar e perseguir e pesquisar.
E viu que a galinha tinha penas, mas que elas eram molezinhas. Não era bem isso. E que quando sentia pena de alguém jamais endurecia. Também não era isso. Ficava mesmo era bem molezinho, de coração derretido e a lágrima frouxa.
Quando o pai perguntou, disposto a ensinar, se ele já sabia o que queria dizer a duras penas, ficou maravilhado com a resposta do filho.
- Já sei! Já aprendi! E a duras penas.


PIMENTEL, L. In: Ciência Hoje das Crianças, adaptada.

QUESTÃO 01: Após a leitura do texto acima, podemos dizer que

(A) a criança é incentivada a pesquisar o significado das expressões populares com seus colegas de turma.
(B) o narrador explica o significado de todas as palavras e expressões populares usadas pelo pai.
(C) a criança tem dificuldade em entender o significado de algumas palavras e expressões populares.
(D) a criança não conseguiu entender o significado da expressão "a duras penas".

QUESTÃO 02: O texto lido

(A) é um anúncio publicitário.
(B) é um texto narrativo.
(C) somente transmite uma informação ao leitor.
(D) procura convencer o leitor sobre uma ideia.

QUESTÃO 03: Leia o trecho:

"Depois vieram outras, tantas outras. Como presepada, salamaleque, paralelepípedo, empáfia etc. Etcetera, aliás, foi uma das boas"

Os termos em destaque no trecho acima referem-se

(A) à pesquisa que o filho faz para saber o significado das palavras.
(B) ao surgimento de novas palavras no cotidiano do menino.
(C) sempre as mesmas palavras repetidas pelo pai.
(D) às palavras utilizadas pela mãe.

QUESTÃO 04: No fragmento:

"- Já sei! Já aprendi! E a duras penas".

O travessão colocado no início da oração destacada é usado para

(A) indicar a fala do filho.
(B) chamar a atenção do leitor para a expressão "a duras penas".
(C) destacar uma explicação do narrador.
(D) indicar a fala do pai.

QUESTÃO 05: Leia o trecho do texto:

"Quando o pai perguntou, disposto a ensinar, se ele já sabia o que dizer a duras penas, ficou maravilhado com a resposta do filho.
- Já sei! Já aprendi! E a duras penas".

De acordo com o trecho acima, podemos afirmar que o filho

(A) aprendeu o significado, perguntando para a professora.
(B) ficou esperando pela explicação do pai.
(C) aprendeu o significado da expressão, buscando seu próprio conhecimento.
(D) aprendeu devido às repetições.

QUESTÃO 06: Em "Um dia ouviu o pai reclamando porque conseguiu não-sei-o-quê a duras penas. Confusão na cabeça. Confusão geral. Até algaravia. Começou a pensar e procurar e perseguir e pesquisar".

Os termos destacados podem ser substituídos, mantendo-se o mesmo sentido, por

(A) olhar por aí; importunar.
(B) esforçar; incomodar.
(C) animar; atormentar.
(D) buscar; insistir.

QUESTÃO 07: Com base na leitura do texto "A duras penas", é possível afirmar que ele

(A) tem o objetivo de informar os vários significados das palavras e expressões populares.
(B) expõe a opinião do filho sobre as palavras e expressões usadas por sua professora.
(C) narra a história de uma criança que busca entender o vocabulário usado à sua volta.
(D) descreve como as crianças procuram uma palavra no dicionário.





GABARITO
01 C
02 B
03 B
04 A
05 C
06 D
07 C



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ATIVIDADES LEITURA E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL GÊNERO CRÔNICA COM GABARITO

LEIA O TEXTO A SEGUIR:


Fonte: Jótah


NA ESCOLA


Democrata é Dona Amarílis, professora na escola pública de uma rua que não vou contar, e mesmo o nome de Dona Amarílis é inventado, mas o caso aconteceu.

Ela se virou para os alunos, no começo da aula, e falou assim:

- Hoje eu preciso que vocês resolvam uma coisa muito importante. Pode ser?

- Pode - a garotada respondeu em coro.

- Muito bem. Será uma espécie de plebiscito. A palavra é complicada, mas a coisa é simples. Cada um dá sua opinião, a gente soma as opiniões e a maioria é que decide. Na hora de dar opinião, não falem todos de uma vez só, porque senão vai ser muito difícil eu saber o que é que cada um pensa. Está bem?

- Está - respondeu o coro, interessadíssimo.

- Ótimo. Então, vamos ao assunto. Surgiu um movimento para as professoras poderem usar calça comprida nas escolas. O governo disse que deixa, a diretora também, mas no meu caso eu não quero decidir por mim. O que se faz na sala de aula deve ser de acordo com os alunos. Para todos ficarem satisfeitos e um não dizer que não gostou. Assim não tem problema. Bem, vou começar pelo Renato Carlos. Renato Carlos, você acha que sua professora deve ou não deve usar calça comprida na escola?

- Acho que não deve - respondeu, baixando os olhos.

- Por quê?

- Porque é melhor não usar.

- E por que é melhor não usar?

- Porque minissaia é muito mais bacana.

- Perfeito. Um voto contra. Marilena, me faz um favor, anote aí no seu caderno os votos contra. E você, Leonardo, por obséquio, anote os votos a favor, se houver. Agora quem vai responder é Inesita. - Claro que deve, professora. Lá fora a senhora usa, por que vai deixar de usar aqui dentro?

- Mas aqui dentro é outro lugar.

- É a mesma coisa. A senhora tem uma roxo-cardeal que eu vi outro dia na rua, aquela é bárbara.

- Um a favor. E você, Aparecida?

- Posso ser sincera, professora?

- Pode, não. Deve.

- Eu, se fosse a senhora, não usava.

- Por quê?

- O quadril, sabe? Fica meio saliente…

- Obrigada, Aparecida. Você anotou, Marilena? Agora você, Edmundo.

- Eu acho que Aparecida não tem razão, professora. A senhora deve ficar muito bacana de calça comprida. O seu quadril é certinho.

- Meu quadril não está em votação. Edmundo. A calça, sim. Você é contra ou a favor da calça?

- A favor 100%.

- Você, Peter?

- Pra mim tanto faz.

- Não tem preferência?

- Sei lá. Negócio de mulher eu não me meto, professora.

- Uma abstenção. Mônica, você fica encarregada de tomar nota dos votos iguais ao de Peter: nem contra nem a favor, antes pelo contrário.

Assim iam todos votando, como se escolhessem o Presidente da República, tarefa que talvez, quem sabe? no futuro sejam chamados a desempenhar. Com a maior circunspeção. A vez de Rinalda:

- Ah, cada um na sua.

- Na sua, como?

- Eu na minha, a senhora na sua, cada um na dele, entende?

- Explique melhor.

- Negócio seguinte. Se a senhora quer vir de pantalona, venha. Eu quero vir de mídi, de máxi, de short, venho. Uniforme é papo-furado.

- Você foi além da pergunta, Rinalda. Então é a favor?

- Evidente. Cada um curtindo à vontade.

- Legal! - exclamou Jorgito. - Uniforme está superado, professora. a senhora vem de calça comprida, e a gente aparecemos de qualquer jeito.

- Não pode - refutou Gilberto. - Vira bagunça. Lá em casa ninguém anda de pijama ou de camisa aberta na sala. A gente tem de respeitar o uniforme.

Respeita, não respeita, a discussão esquentou, Dona Amarílis pedia ordem, ordem, assim não é possível, mas os grupos se haviam extremado, falavam todos ao mesmo tempo, ninguém se fazia ouvir, pelo que, com quatro votos a favor de calça comprida, dois contra, e um tanto-faz, e antes que fosse decretada por maioria absoluta a abolição do uniforme escolar, a professora achou prudente declarar encerrado o plebiscito, e passou à lição de História do Brasil.


Carlos Drummond de Andrade. Na escola. Crônicas. 14. ed. São Paulo: Ática, 1995.




POR DENTRO DO TEXTO


1. O texto que você acabou de ler conta uma história.


a) Quem são as personagens?


b) No geral, o que as personagens estão fazendo?


c) Onde ocorrem os fatos?


2. Que fatos ocorridos no texto podem acontecer no dia a dia de uma sala de aula?


3. Você entendeu a explicação de Dona Amarílis sobre plebiscito? Explique, então, do que se trata.


4. Dona Amarílis é caracterizada no texto como uma pessoa democrata. Que atitude dela prova que essa caracterização está correta?


5. Explique o que a professora quis dizer com as seguintes palavras: “Você foi além da pergunta, Rinalda.”


6. Inesita foi contra ou a favor o uso da calça comprida? Que argumento ela usou para justificar sua opinião?


7. Por que Renato Carlos e Aparecida votaram contra? Que argumento cada um deles usou?


8. As opiniões dos alunos, manifestadas no plebiscito, giram em torno de conservadorismo, inovação, liberdade e estética. Diante disso, relacione a 2ª coluna de acordo com a primeira.


(A)

avançado(a)

(     )

Inesita

(B)

inovador(a)

(     )

Gilberto

(C)

indiferente

(     )

Peter

(D)

conservador(a)

(     )

Aparecida e Edmundo

(E)

preocupado(a) com o lado estético

(     )

Renato e Rinalda


9. O que aconteceu quando os alunos quiseram discutir sobre o próprio problema, ou seja, sobre o uso do uniforme escolar?


10. Em relação às características do gênero crônica, assinale a alternativa INCORRETA.


(A) O texto tem a intenção de divertir o leitor.

(B) O texto tem a intenção de fazer o leitor pensar.

(C) O texto tem a intenção de defender uma opinião.

(D) Trata-se de um texto que narra um fato do cotidiano.



FONTE: Todos os créditos reservados aos autores: OLIVEIRA, Tania Amaral; SILVA, Elizabeth Gavioli de Oliveira; OLIVEIRA SILVA, Cícero de; ARAÚJO, Lucy Aparecida Melo. Tecendo linguagens: língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: IBEP, 2012. (Adaptado)


 









GABARITO


1. a) A professora e os alunos.

b) As personagens estão discutindo sobre um assunto proposto.

c) Os fatos ocorrem na sala de aula, apesar de haver alusões à rua, à casa.

2. Muitos deles: um debate sobre um tema polêmico, a diferença de opinião, a votação etc.

3. Plebiscito é a participação popular (democrática) numa decisão ou escolha.

4. Ela é caracterizada como democrata, logo no primeiro parágrafo. Ela conduz democraticamente toda a discussão em torno do assunto em pauta.

5. Quer dizer que ela emitiu opinião sobre algo que não estava em votação.

6. Ela foi a favor. “Lá fora a senhora usa, por que vai deixar de usar aqui dentro?”

7. Renato Carlos acha a minissaia mais bacana. Aparecida é contra porque a calça deixa os quadris salientes.

8. A sequência correta de cima para baixo é: B, D, C, E, A.

9. A professora encerrou rapidamente a votação e retomou a aula, antes que nova discussão pudesse se estender.

10. C