QUESTÃO 01: Leia o texto a seguir.
Nestes dias de Natal, a arte de comprar se reveste de exigências particularmente difíceis. Não poderemos adquirir a primeira coisa que se ofereça à nossa vista: seria uma vulgaridade. Teremos de descobrir o imprevisto, o incognoscível, o transcendente. Não devemos também oferecer nada de essencialmente necessário ou útil, pois a graça destes presentes parece consistir na sua desnecessidade e inutilidade. Ninguém oferecerá, por exemplo, um quilo (ou mesmo um saco) de arroz ou feijão, para a insidiosa fome que se alastra por estes nossos campos de batalha; ninguém ousará comprar uma boa caixa de sabonetes desodorantes para o suor da testa com que - especialmente neste verão - teremos de conquistar o pão de cada dia. Não: presente é presente, isto é, um objeto extremamente raro e caro, que não sirva, a bem dizer, para coisa alguma.
De acordo com o texto
(A) é bom estudar os preços do mercado natalino antes de efetuar as primeiras compras.
(B) ninguém faz compras de Natal atendendo à funcionalidade dos presentes.
(C) não há presentes úteis postos à disposição dos compradores durante as festas de Natal.
(D) as festas natalinas revestem-se invariavelmente de um caráter de superficialidade e antirreligiosidade.
(E) os presentes natalinos têm que apresentar, não utilidade, mas a marca do significado espiritual da data.
LEIA O TEXTO A SEGUIR PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 02 A 04.
Condicionada fundamentalmente pelos veículos de massa, que a coagem a respeitar o "código" de convenções do ouvinte, a música popular não apresenta, senão em grau atenuado, o contraditório entre informação e redundância, produção e consumo. Desse modo, ela se encaminha para o que Umberto Eco denomina de música "gastronômica": um produto industrial que não persegue nenhum objetivo artístico, mas, ao contrário, tende a satisfazer as exigências do mercado, e que tem, como característica principal, não acrescentar nada de novo, redizendo sempre aquilo que o auditório já sabe e espera ansiosamente ver repetido. Em suma: o servilismo ao "código" apriorístico - assegurando a comunicação imediata com o público - é o critério básico de sua confecção. "A mesma praça. O mesmo banco. As mesmas flores, o mesmo jardim." O mesmismo. Todo mundo fica satisfeito. O público. A TV. Os anunciantes. As casas de disco. A crítica. E, obviamente, o autor. Alguns ganham com isso (financeiramente falando). Só o ouvinte-receptor não "ganha" nada. Seu repertório de informações permanece, mesmissimamente, o mesmo. Mas nem tudo é redundância na música popular. É possível discernir no seu percurso momentos de rebeldia contra a estandartização e o consumismo.
Assim foi com o Jazz Moderno e a Bossa-Nova.
Texto de Augusto de Campos. O Balanço da Bossa.
QUESTÃO 02: O texto discute
(A) a nulidade da ação dos veículos de massa sobre a música popular.
(B) a invariabilidade da mensagem transmitida pela música popular.
(C) o entusiasmo do auditório em relação à música popular.
(D) a adesão ao consumismo representada pelo Jazz Moderno e a Bossa-Nova.
(E) o objetivo artístico a que se propõe a música popular.
QUESTÃO 03: De acordo com o texto, o autor produz a música "gastronômica" porque
(A) gosta de progredir, voltar-se para o futuro.
(B) sente-se inseguro diante do novo.
(C) é rebelde, contrário à estandartização.
(D) quer satisfazer os veículos de massa.
(E) tem espírito crítico muito desenvolvido.
QUESTÃO 04: No primeiro período do texto, observamos uma relação de
(A) causa e efeito.
(B) efeito e fim.
(C) condição e fim.
(D) consequência e condição.
(E) causa e concessão.
QUESTÃO 05: Leia o texto a seguir.
O nosso passado de incultura literária e de relativo desapreço pelo livro criou, para o presente, uma ambígua predisposição psicológica, que se traduz ora pelo imoderado desânimo perante a nossa massa colossal de analfabetos, ora pelo cego otimismo diante da saudável expansão do parque editorial.
De acordo com o texto
(A) não há equilíbrio na maneira como o brasileiro se dispõe a encarar a situação do livro no Brasil.
(B) o número exorbitante de analfabetos no país explica a pouca importância que se dá ao livro.
(C) a expansão do parque editorial desperta o interesse do leitor pelo hábito da leitura.
(D) a cultura literária brasileira do passado não se compara com a do presente.
(E) o brasileiro sempre valorizou a leitura literária, o que corrobora com o otimismo das editoras.
GABARITO
01: E
02: B
03: D
04: A
05: A
Nenhum comentário:
Postar um comentário