QUESTÃO 01: (ENEM) Leia o texto a seguir.
Lugar de mulher também é na oficina. Pelo menos nas oficinas dos cursos da área automotiva fornecidos pela Prefeitura, a presença feminina tem aumentado ano a ano. De cinco mulheres matriculadas em 2005, a quantidade saltou para 79 alunas inscritas neste ano nos cursos de mecânica automotiva, eletricidade veicular, injeção eletrônica, repintura e funilaria. A presença feminina nos cursos automotivos da Prefeitura - que são gratuitos - cresceu 1.480% nos últimos sete anos e tem aumentado ano a ano.
Disponível em: www.correiosdeuberlandia.com.br. Acesso em: 27 fev. 2012. (Adaptado)
Na produção de um texto, são feitas escolhas referentes a sua estrutura, que possibilitam inferir o objetivo do autor. Nesse sentido, no trecho apresentado, o enunciado "Lugar de mulher também é na oficina" corrobora o objetivo textual de
(A) demonstrar que a situação das mulheres mudou na sociedade contemporânea.
(B) defende a participação da mulher na sociedade atual.
(C) comparar esse enunciado com outro: "lugar de mulher é na cozinha".
(D) criticar a presença de mulheres nas oficinas dos cursos da área automotiva.
(E) distorcer o sentido da frase "lugar de mulher é na cozinha".
QUESTÃO 02: (Insper-SP) Utilize o texto abaixo para responder à questão.
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
- Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
xxx
Quando eu tinha seis anos
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
- Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
BANDEIRA, Manuel. "Profundamente", Libertinagem.
Comparando a última estrofe de cada parte do poema, pode-se dizer que o sentido do verbo dormir não é o mesmo, pois
(A) remete à morte dos parentes do eu lírico na primeira parte e à morte dele na segunda.
(B) significa descansar na primeira parte e sonhar no final do poema.
(C) está usado em sentido figurado na primeira parte e em sentido próprio na segunda.
(D) tem o sentido de adormecer na primeira parte e morrer na segunda.
(E) tem sentido literal na primeira parte do poema e sentido denotativo na segunda.
QUESTÃO 03: (Fatec-SP)
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao amanhecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade. Sentimento do mundo, 1940.
Assinale a alternativa que apresenta o provérbio cujo significado se aproxima do tema dos versos
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
(A) Depois da tempestade vem a bonança.
(B) Deus ajuda quem cedo madruga.
(C) Uma andorinha só não faz verão.
(D) De grão em grão a galinha enche o papo.
(E) A esperança é a última que morre.
QUESTÃO 04: (ENEM)
Ainda os equívocos no combate aos estrangeirismos
Por que não se reconhece a existência de norma nas variedades populares? Para desqualificá-las? Por que só uma norma é reconecida como norma e, não por acaso, a da elite?
Por tantos equívocos, só nos resta lamentar que algumas pessoas, imbuídas da crença de que estão defendendo a língua, a identidade e a pátria, na verdade estejam reforçando velhos preconceitos e imposições. O português do Brasil há muito distanciou-se do português de Portugal e das prescrições dos gramáticos, cujo serviço às classes dominantes é definir a língua do poder em face de ameaças-internas e externas.
ZILES, A.M.S. In: FARACO, C.A. (Org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004. (Adaptado)
O texto aborda a linguagem como um campo de disputas e poder. As interrogações da autora são estratégias que conduzem ao convencimento do leitor de que
(A) o português do Brasil é muito diferente do português de Portugal.
(B) as prescrições dos gramáticos estão a serviço das classes dominantes.
(C) a norma linguística da elite brasileira é a única reconhecida como tal.
(D) o português do Brasil há muito distanciou-se das prescrições dos gramáticos.
(E) a desvalorização das variedades linguísticas populares tem motivação social.
QUESTÃO 05: (IFPE) Leia o texto a seguir para responder à questão.
EVOCAÇÃO DO RECIFE
[...]
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
[...]
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Devido à primazia que se tem concedido à língua-padrão. Muitos consideram a "língua do povo" a que se refere o poema como incorreta. Este fenômeno de atribuir menor valor a determinadas variedades da língua denomina-se
(A) variação sociocultural
(B) variação regional.
(C) bairrismo.
(D) preconceito linguístico.
(E) preconceito de classe.
GABARITO
1 A
2 D
3 B
4 E
5 D
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