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sábado, 27 de novembro de 2021

LINGUAGENS NO ENEM - QUESTÕES PARA SIMULADOS DE LÍNGUA PORTUGUESA


QUESTÃO 01 (ENEM 2010): Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.


Disponível em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009.


Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de


(A) fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter realista, relativos à vida de um renomado escritor.

(B) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana.

(C) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como tema seus principais feitos.

(D) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva.

(E) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos.


QUESTÃO 02 (ENEM 2010): Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.


LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.


A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas


(A) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.

(B) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.

(C) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.

(D) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.

(E) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.


QUESTÃO 03 (ENEM 2010): A Internet que você faz


Uma pequena invenção, a Wikipédia, mudou o jeito de lidarmos com informações na rede. Trata-se de uma enciclopédia virtual colaborativa, que é feita e atualizada por qualquer internauta que tenha algo a contribuir. Em resumo: é como se você imprimisse uma nova página para a publicação desatualizada que encontrou na biblioteca.

Antigamente, quando precisávamos de alguma informação confiável, tínhamos a enciclopédia como fonte segura de pesquisa para trabalhos, estudos e pesquisa em geral. Contudo, a novidade trazida pela Wikipédia nos coloca em uma nova circunstância, em que não podemos confiar integralmente no que lemos.

Por ter como lema principal a escritura coletiva, seus textos trazem informações que podem ser editadas e reeditadas por pessoas do mundo inteiro. Ou seja, a relevância da informação não é determinada pela tradição cultural, como nas antigas enciclopédias, mas pela dinâmica da mídia.

Assim, questiona-se a possibilidade de serem encontradas informações corretas entre sabotagens deliberadas e contribuições erradas.


NÉO, A. et al. A Internet que você faz. In: Revista PENSE! Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Ano 2, n°. 3, mar.-abr. 2010 (adaptado).


As novas Tecnologias de Informação e Comunicação, como a Wikipédia, têm trazido inovações que impactaram significativamente a sociedade. A respeito desse assunto, o texto apresentado mostra que a falta de confiança na veracidade dos conteúdos registrados na Wikipédia


(A) acontece pelo fato de sua construção coletiva possibilitar a edição e reedição das informações por qualquer pessoa no mundo inteiro.

(B) imita a disseminação do saber, apesar do crescente número de acessos ao site que a abriga, por falta de legitimidade

(C) ocorre pela facilidade de acesso à página, o que torna a informação vulnerável, ou seja, pela dinâmica da mídia.

(D) ressalta a crescente busca das enciclopédias impressas para as pesquisas escolares.

(E) revela o desconhecimento do usuário, impedindo-o de formar um juízo de valor sobre as informações.


QUESTÃO 04 (ENEM 2010): A Herança Cultural da Inquisição


A Inquisição gerou uma série de comportamentos humanos defensivos na população da época, especialmente por ter perdurado na Espanha e em Portugal durante quase 300 anos, ou no mínimo quinze gerações.

Embora a Inquisição tenha terminado há mais de um e psicólogos era se alguns desses comportamentos culturais não poderiam ter-se perpetuado entre nós.

Na maioria, as respostas foram negativas, ou seja, embora alterasse sem dúvida o comportamento da época, nenhum comportamento permanece tanto tempo depois, sem reforço ou estímulo continuado.

Não sou psicólogo nem sociólogo para discordar, mas tenho a impressão de que existem alguns comportamentos estranhos na sociedade brasileira, e que fazem sentido se você os considerar resquícios da era da Inquisição.


[...] KANITZ, S. A Herança Cultural da Inquisição. In: Revista Veja. Ano 38, no 5, 2 fev. 2005 (fragmento).


Considerando-se o posicionamento do autor do fragmento a respeito de comportamentos humanos, o texto


(A) enfatiza a herança da Inquisição em comportamentos culturais observados em Portugal e na Espanha.

(B) contrapõe argumentos de historiadores e sociólogos a respeito de comportamentos culturais inquisidores.

(C) relativiza comportamentos originados na Inquisição e observados na sociedade brasileira.

(D) contesta sociólogos, psicólogos e historiadores sobre a manutenção de comportamentos gerados pela Inquisição.

(E) questiona a existência de comportamentos culturais brasileiros marcados pela herança da Inquisição. 


QUESTÃO 05 (ENEM 2010): Leia os textos a seguir.


Resta saber o que ficou nas línguas indígenas no Português do Brasil. Serafim da Silva Neto afirma: "No Brasil não há, positivamente, influência das línguas africanas ou ameríndias”. Todavia, é difícil de aceitar que um longo período de bilinguismo de dois séculos não deixasse marcas no português do Brasil.


ELIA, S. Fundamentos Histórico-Linguísticos do Português do Brasil. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003 (adaptado).


No final do século XVIII, no norte do Egito, foi descoberta a Pedra de Roseta, que continha um texto escrito em egípcio antigo, uma versão desse texto chamada “demótico”, e o mesmo texto escrito em grego. Até então, a antiga escrita egípcia não estava decifrada. O inglês Thomas Young estudou o objeto e fez algumas descobertas como, por exemplo, a direção em que a leitura deveria ser feita. Mais tarde, o francês Jean-François Champollion voltou a estudá-la e conseguiu decifrar a antiga escrita egípcia a partir do grego, provando que, na verdade, o grego era a língua original do texto e que o egípcio era uma tradução.


Com base na leitura dos textos conclui-se, sobre as línguas, que


(A) cada língua é única e intraduzível.

(B) a língua escrita de determinado grupo desaparece quando a sociedade que a produzia é extinta.

(C) elementos de uma língua são preservados, ainda que não haja mais falantes dessa língua.

(D) o egípcio antigo e o grego apresentam a mesma estrutura gramatical, assim como as línguas indígenas brasileiras e o português do Brasil.

(E) o egípcio e o grego apresentavam letras e palavras similares, o que possibilitou a comparação linguística, o mesmo que aconteceu com as línguas indígenas brasileiras e o português do Brasil.



GABARITO


01: D

02: E

03: A

04: D

05: C




sábado, 20 de novembro de 2021

QUESTÕES CONCURSO PÚBLICO LETRAS E PEDAGOGIA (IBADE 2020)

QUESTÃO 01: Durante vários séculos, o foco dos métodos tradicionais de educação era o ensino, a partir da percepção do professor como uma figura de poder sobre o aluno. A partir do século XVIII, com a eclosão das revoluções liberais na Europa e a independência dos Estados Unidos, as escolas pedagógicas passaram a ver com olhos críticos as limitações dessa abordagem de ensino-aprendizagem. Dentro de um contexto histórico de reconhecimento social, como o estudante passa a ser visto?


(A) Um indivíduo que possui direitos.

(B) Irresponsáveis pela própria aprendizagem.

(C) Incapazes de gerenciar sua própria liberdade.

(D) Adulto em miniatura.

(E) Merecedor de doutrina irregular.


QUESTÃO 02: Algumas características podem ser identificadas na educação a partir da década de 80, como por exemplo, o redimensionamento da função da educação-modificação de conteúdos e métodos de ensino pelas funções instrumentais e utilitárias, o reordenamento da administração/gestão educacional-efetivação da produtividade, o uso de estratégias e mecanismos de centralização da definição de políticas e da avaliação dos resultados. Enfim, a educação, em especial no ambiente escolar, não é mais algo reconhecido como voluntariado e benevolente, mas sim como uma instituição obrigatória e necessária para:


(A) concretizar ideias com a contribuição da ditadura, já que as condições para melhoria da infraestrutura do país estavam sendo realizadas valorizando o campo econômico.

(B) tentar garantir conhecimentos para sociedade como mediação para a cidadania e a autonomia do indivíduo.

(C) estagnar sem receber a devida atenção por parte dos governantes que se preocuparam em manter os números por meio da quantidade de indivíduos inseridos na escola.

(D) o fortalecimento dos ideais desenvolvimentistas da sociedade urbano-industrial que incentivavam a instrução e o conhecimento para os sujeitos.

(E) a preparação de uma elite em detrimento da educação para o povo.


QUESTÃO 03: Segundo a Lei 9394/96 – LDB, o ensino médio é a etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos. De acordo com o Art 35, assinale a alternativa que corresponda a uma das finalidades do ensino médio.


(A) A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.

(B) O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

(C) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos.

(D) Organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas.

(E) A oferta de formação técnica e profissional, realizada na própria instituição ou em parceria com outras instituições.


QUESTÃO 04: “Falar da realidade como algo parado, estático, compartido e bem-comportado, quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial dos educandos vem sendo, realmente, a suprema inquietação da educação”. Ao analisar a citação de Freire (2005), podemos dizer que as intervenções profissionais devem:


(A) propiciar a criação de setores especializados nas escolas para coordenar suas atividades.

(B) como os escolanovistas acreditar na transformação da sociedade por meio da escola.

(C) introduzir a cadeira moral e cívica com a intenção de reprimir os estudantes contra o governo.

(D) respeitar a dinâmica da realidade dos espaços escolares.

(E) ocasionar caos social e a presença de uma educação como “fantoche” dos governantes para auxiliar a afirmação do capitalismo.


QUESTÃO 05: Prevê a LDB, que a União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. Segundo o Art. 77, os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:


(A) comprovem finalidade lucrativa e distribuam resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma ou pretexto.

(B) proporcionem aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências.

(C) proporcionem o ensino militar regulado em lei específica, admitida a equivalência de estudos, de acordo com as normas fixadas pelos sistemas de ensino.

(D) realizem as atividades-meio necessárias ao funcionamento dos sistemas de ensino.

(E) assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.




GABARITO

01: A

02: B

03: C

04: D

05: E


sábado, 13 de novembro de 2021

ATIVIDADES - QUESTÕES DE LITERATURA NO ENSINO MÉDIO

QUESTÃO 01: Leia o poema a seguir.

Tristeza do infinito
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
[...]
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério aflito,
torturante, formidável…
ah! tristeza do infinito!

Cruz de Souza. Poesia completa, 1981.

Uma característica simbolista presente nas estrofes acima é:

(A) sequência de expressões qualitativas, na tentativa de expressar uma sensação interior de cunho metafísico.
(B) utilização de expressões genéricas como maneira de acalmar um sentimento concreto.
(C) sentimento misterioso que se configura por meio de um vocabulário objetivo.
(D) apelo ao mundo material como prerrogativa para escapar da dor metafísica.
(E) sentimento de caráter existencial, por meio de reflexões filosóficas acerca de um desconforto material.

QUESTÃO 02: Leia o soneto a seguir:

Soneto

Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!

AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.

O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é

(A) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
(B) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
(C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
(D) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
(E) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

QUESTÃO 03: Leia o poema a seguir e responda às questões.

Brasil

O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
– Sois cristão?
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
– Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval

Oswald de Andrade

Esse texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes.

Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é

(A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem.
(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.
(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos.
(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas.
(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.

QUESTÃO 04: Leia o texto a seguir:

Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!

CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.

Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são

(A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.
(B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
(C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
(D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
(E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.

QUESTÃO 05: Sobre as principais características do Barroco, assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.

(   ) A busca de uma síntese entre elementos contraditórios é a principal característica do modo de pensar no período barroco.
(   ) O estilo barroco é o meio de expressão do homem da época, saudoso da religiosidade medieval e, ao mesmo tempo, seduzido pelas solicitações terrenas e pelos valores do mundo.
(  ) Os autores barrocos se preocuparam em enfatizar o nacionalismo em suas obras, dedicando-se à reconstituição de fatos da história brasileira.
(   ) Misticismo, espiritualismo, subjetivismo e musicalidade são características importantes da poesia barroca.

De cima para baixo, a sequência correta é:

(A) F, F, V, V.
(B) V, F, V, F.
(C) V, F, F, V.
(D) F, V, V, F.
(E) V, V, F, F. 


GABARITO
01: A
02: B
03: A
04: C
05: E

sábado, 6 de novembro de 2021

QUESTÕES ENEM - LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

 QUESTÃO 01: ENEM 2012

Disponível em: www.ivancabral.com. Acesso em: 27 fev. 2012.


O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à


(A) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.

(B) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.

(C) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica.

(D) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.

(E) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família.


QUESTÃO 02: INSPER - 2013



A imagem acima, do aclamado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, mostra que as fotografias, da mesma forma que os textos, podem ser lidas e interpretadas. A opção de colocar, no primeiro plano, figuras humanas provoca no espectador uma atitude de


(A) questionamento sobre a hostilidade da natureza.

(B) admiração pela beleza do cenário.

(C) surpresa pelo jogo de luz e sombra.

(D) mobilização para combater as injustiças sociais.

(E) reflexão sobre desamparo e fragilidade.


QUESTÃO 03: ENEM 


O sertão e o sertanejo


“Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade.”


(TAUNAY, Visconde de. Inocência.)


O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a:


(A) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.  

(B) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.

(C) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.

(D) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.

(E) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.


QUESTÃO 04: ENEM 2009


Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose. Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez, até no erotismo.

Tradutor de autores como Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada. Descrever seu retrato em palavras é uma tarefa impossível, depois que ele mesmo já o fez tão bem em versos.


Revista Língua Portuguesa, n° 40, fev. 20


A coesão do texto é construída principalmente a partir do (a)


(A) repetição de palavras e expressões que entrelaçam as informações apresentadas no texto.

(B) substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e “morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”.

(C) emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos: “sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”.

(D) emprego de diversas conjunções subordinativas que articulam as orações e períodos que compõem o texto.

(E) emprego de expressões que indicam sequência, progressividade, como “iminência”, “sempre”, “depois”.


QUESTÃO 05: ENEM


Ó meio-dia confuso,

ó vinte-e-um de abril sinistro,

que intrigas de ouro e de sonho

houve em tua formação?

Quem ordena, julga e pune?

Quem é culpado e inocente?

Na mesma cova do tempo

cai o castigo e o perdão.

Morre a tinta e o perdão.

e o sangue dos enforcados…

- liras, espadas e cruzes

pura cinza agora são.

Na mesma cova, as palavras,

o secreto pensamento,

as coroas e os machados,

mentira e verdade estão.

[...]


MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972 (adaptado)


O poema de Cecília Meireles tem como ponto de partida um fato da história nacional, a Inconfidência Mineira. Nesse poema, a relação entre texto literário e contexto histórico indica que a produção literária é sempre uma reação da realidade, mesmo quando faz referência a um fato histórico determinado. No poema de Cecília Meireles, a recriação se concretiza por meio


(A) do questionamento da ocorrência do próprio fato, que, recriado, passa a existir como forma poética desassociada da história nacional.

(B) da descrição idealizada e fantasiosa do fato histórico, transformado em batalha épica que exalta a força dos ideais dos inconfidentes.

(C) da recusa da autora de inserir nos versos o desfecho histórico do movimento da Inconfidência: a derrota, a prisão e a morte dos Inconfidentes.

(D) do distanciamento entre o tempo da escrita e o da Inconfidência, que, questionada poeticamente, alcança sua dimensão histórica mais profunda.

(E) do caráter trágico, que, mesmo sem corresponder à realidade, foi atribuído ao fato histórico pela autora, a fim de exaltar o heroísmo dos Inconfidentes.





GABARITO


01: A

02: E

03: D

04: C

05: D




quinta-feira, 4 de novembro de 2021

ATIVIDADES VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ENSINO MÉDIO - QUESTÕES OBJETIVAS


LEIA O TEXTO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 01 A 03.

 

Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte. 

 

Aí, Galera

 

Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?

– Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.

– Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.

– Como é?

– Aí, galera.

– Quais são as instruções do técnico?

– Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.

– Ahn?

– É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.

– Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?

– Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?

– Pode.

– Uma saudação para a minha progenitora.

– Como é?

- Alô, mamãe!

- Estou vendo que você é um, um...

- Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?

- Estereoquê?

- Um chato?

- Isso.

 

Correio Braziliense, 13/05/1998

 

QUESTÃO 01: O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas:

 

(A) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe.

(B) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado.

(C) o uso da expressão “galera”, por parte do entrevistador, e da expressão “progenitora”, por parte do jogador.

(D) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça”.

(E) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo.

 

QUESTÃO 02: O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:

(A) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” – um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.

(B) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala para um amigo.

(C) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” – alguém comenta em uma reunião de trabalho.

(D) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” – alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.

(E) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” – um professor universitário em um congresso internacional.

 

QUESTÃO 03: A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por:

 

(A) pegá-los na mentira.

(B) pegá-los em flagrante.

(C) pegá-los desprevenidos.

(D) pegá-los rapidamente.

(E) pegá-los momentaneamente.

 

QUESTÃO 04: Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:

 

• Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território nacional;

• Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”;

 

• Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”;

 

• Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”.

 

PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001.

 

No texto anterior, o autor

 

(A) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso.

(B) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua.

(C) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.

(D) revela-se preconceituoso em relação a certos registros linguísticos ao propor medidas que os controlem.

(E) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.

 

QUESTÃO 05: Leia com atenção o texto:

 

[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)

 

(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, no 3, 78.)

 

O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto

 

(A) ao vocabulário.

(B) à derivação.

(C) à pronúncia.

(D) ao gênero.

(E) à sintaxe.





GABARITO

01: B

02: E

03: C

04: B

05: A