QUESTÃO 01: Leia o poema a seguir.
Tristeza do infinito
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
[...]
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério aflito,
torturante, formidável…
ah! tristeza do infinito!
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
[...]
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério aflito,
torturante, formidável…
ah! tristeza do infinito!
Cruz de Souza. Poesia completa, 1981.
Uma característica simbolista presente nas estrofes acima é:
(A) sequência de expressões qualitativas, na tentativa de expressar uma sensação interior de cunho metafísico.
(B) utilização de expressões genéricas como maneira de acalmar um sentimento concreto.
(C) sentimento misterioso que se configura por meio de um vocabulário objetivo.
(D) apelo ao mundo material como prerrogativa para escapar da dor metafísica.
(E) sentimento de caráter existencial, por meio de reflexões filosóficas acerca de um desconforto material.
(B) utilização de expressões genéricas como maneira de acalmar um sentimento concreto.
(C) sentimento misterioso que se configura por meio de um vocabulário objetivo.
(D) apelo ao mundo material como prerrogativa para escapar da dor metafísica.
(E) sentimento de caráter existencial, por meio de reflexões filosóficas acerca de um desconforto material.
QUESTÃO 02: Leia o soneto a seguir:
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é
(A) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
(B) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
(C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
(D) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
(E) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
(B) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
(C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
(D) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
(E) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
QUESTÃO 03: Leia o poema a seguir e responda às questões.
Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
– Sois cristão?
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
– Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
E preguntou pro guarani da mata virgem
– Sois cristão?
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
– Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
Oswald de Andrade
Esse texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes.
Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é
(A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem.
(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.
(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos.
(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas.
(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
(B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.
(C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos.
(D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas.
(E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
QUESTÃO 04: Leia o texto a seguir:
Cárcere das almas
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do Brasil, 1993.
Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são
(A) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.
(B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
(C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
(D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
(E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.
(B) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
(C) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
(D) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
(E) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.
QUESTÃO 05: Sobre as principais características do Barroco, assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) A busca de uma síntese entre elementos contraditórios é a principal característica do modo de pensar no período barroco.
( ) O estilo barroco é o meio de expressão do homem da época, saudoso da religiosidade medieval e, ao mesmo tempo, seduzido pelas solicitações terrenas e pelos valores do mundo.
( ) Os autores barrocos se preocuparam em enfatizar o nacionalismo em suas obras, dedicando-se à reconstituição de fatos da história brasileira.
( ) Misticismo, espiritualismo, subjetivismo e musicalidade são características importantes da poesia barroca.
( ) O estilo barroco é o meio de expressão do homem da época, saudoso da religiosidade medieval e, ao mesmo tempo, seduzido pelas solicitações terrenas e pelos valores do mundo.
( ) Os autores barrocos se preocuparam em enfatizar o nacionalismo em suas obras, dedicando-se à reconstituição de fatos da história brasileira.
( ) Misticismo, espiritualismo, subjetivismo e musicalidade são características importantes da poesia barroca.
De cima para baixo, a sequência correta é:
(A) F, F, V, V.
(B) V, F, V, F.
(C) V, F, F, V.
(D) F, V, V, F.
(E) V, V, F, F.
GABARITO
01: A
02: B
03: A
04: C
05: E
(B) V, F, V, F.
(C) V, F, F, V.
(D) F, V, V, F.
(E) V, V, F, F.
GABARITO
01: A
02: B
03: A
04: C
05: E
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