QUESTÃO
01: D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
QUESTÃO
02: D1 – Localizar informações explícitas em um texto.
QUESTÃO
03: D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
QUESTÃO
04: D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
QUESTÃO
05: D6 – Identificar o tema de um texto.
QUESTÃO
06: D14 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
QUESTÃO
07: D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
QUESTÃO
08: D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação
de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi
produzido e daquelas em que será recebido.
QUESTÃO
09: D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas
ao mesmo fato ou ao mesmo tema.
QUESTÃO
10: D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem
a narrativa.
QUESTÃO 01: (SAEB, 2011) Leia o poema a seguir.
O bicho
Vi
ontem um bicho
Na
imundice do pátio
Catando
comida entre os detritos.
Quando
achava alguma coisa,
Não
examinava nem cheirava:
Engolia
com voracidade.
O
bicho não era um cão,
Não
era um gato.
Não
era um rato.
O
bicho, meu Deus, era um homem.
BANDEIRA,
Manuel. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Ática, 1985.
O
que motivou o bicho a catar restos foi
(A)
a própria fome.
(B)
a imundice do pátio.
(C)
o cheiro da comida.
(D)
a amizade pelo cão.
(E)
a amizade pelo gato.
QUESTÃO 02: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
Namoro
O melhor do namoro, claro, é o ridículo.
Vocês dois no telefone:
- Desliga você.
- Não, desliga você.
- Você.
- Você.
- Então vamos desligar juntos.
- Tá. Conta até três.
- Um... Dois... Dois e meio...
Ridículo agora, porque na hora não era
não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra?
Eram ridículos. Ronron.
Suzuca. Alcizanzão. Gongonha (Gongonha)
Mamosa. Purupupuca...
Não havia coisa melhor do que passar
tardes inteiras num sofá, olho no olho, dizendo:
- As dondozeira ama os dondozeiro?
- Ama.
- Mas os dondozeiro ama as dondozeira
mais do que as dondozeira ama os dondozeiro.
Na-na-não. As dondozeira ama os
dondozeiro mais do que, etc.
E, entremeando o diálogo, longos beijos,
profundos beijos, beijos mais do que de línguas, beijos de amígdalas, beijos
catetéricos. Tardes interiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.
Depois de ridículo, o melhor do namoro
são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um
encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou
para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano amistoso
querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que podem até ser
amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.
E melhor do que as brigas são as
reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lamentáveis,
vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra?
Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou
inventando. O IBGE tem as estatísticas.
VERÍSSIMO,
Luís Fernando. Correio Braziliense. 13/06/1999.
No
texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado
(A)
às brigas por amor.
(B)
às mentiras inocentes.
(C)
às reconciliações felizes.
(D)
aos apelidos carinhosos.
(E)
aos telefonemas intermináveis.
QUESTÃO 03: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
Todo ponto de
vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender,
interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os
pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para
entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua
visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés
pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale
dizer: como alguém vive, com quem vive, que experiências tem, em que trabalha,
que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças
o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF,
Leonardo. A águia e a galinha. 4. ed. Sextane, 1999.
A
expressão “com os olhos que tem” (1º parágrafo), no texto, tem o sentido de
(A)
enfatizar a leitura.
(B)
incentivar a leitura.
(C)
individualizar a leitura.
(D)
priorizar a leitura.
(E)
valorizar a leitura.
QUESTÃO 04: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
Motoristas de
batom conquistam a Urca
Moradores
aprovam adoção de mulheres na linha 107
Batom, lápis nos olhos, brincos. Foi
essa mistura que a empresa Amigos Unidos apelou para contornar as constantes
reclamações dos moradores da Urca contra os motoristas da linha 107
(Central-Urca). Há um mês, a empresa removeu sete mulheres de outros trajetos
para formar um time de primeira linha. “O público da Urca é muito exigente.” Os
passageiros reclamavam que os motoristas homens não paravam no ponto e dirigiam
de forma perigosa. “Agora só recebemos elogios”, contou o gerente de Recursos
Humanos da empresa, Mario Mattos.
Elogios que, às vezes, não se limitam ao
desempenho profissional. “Hoje (ontem), um homem falou que queria ser o meu
volante”, contou a motorista Ana Paula da Silva, 24 anos. Na empresa há três
meses, Ana Paula da Silva faz da profissão uma forma de dar carinho a idosos e
deficientes – os que têm mais dificuldades para entrar nos ônibus. “Às vezes,
levanto para ajudar alguém a descer. Já parei o carro para atravessar a rua com
um deficiente visual”, contou.
Casada com um motorista de ônibus,
Márcia Cristina Pereira, 38 anos, diz que não enfrenta dificuldades com os
colegas de profissão, ainda que reconheça que, no começo, a desconfiança não
foi pequena. “Eles me dão força. Recebo muitos elogios”, disse. Ao contrário de
Márcia, a motorista Janaína de Lima, 32 anos, diz que se relaciona bem com
todos os colegas, mas acha que já há competição. “Falta muito para os homens se
relacionarem bem com os idosos e deficientes”, comparou. Morador da Urca há 25
anos, Ednei Bernardes aprovou a adoção de motoristas mulheres no bairro. “Elas
respeitam mais as pessoas e as leis de trânsito”, resumiu.
JB,
23/07/02 – Cidade. C1.
Um
dos usuários do ônibus concluiu: “Elas respeitam muito mais as pessoas e as
leis do trânsito.” Tal afirmativa, no contexto, permite concluir que
(A)
as empresas de ônibus preferem os serviços da mulher.
(B)
os homens são grosseiros e desrespeitam as leis de trânsito.
(C)
os idosos e deficientes passam a receber um tratamento melhor.
(D)
os homens criam mais problemas com colegas de profissão.
(E)
a população da Urca tornou-se exigente no transporte urbano.
QUESTÃO 05: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
Um arriscado
esporte nacional
Os leigos sempre se medicaram por conta
própria, já que de médicos e de loucos todos temos um pouco, mas esse problema
jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer
farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de
fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das
vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a
pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e
importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos –
isto é, das vendas realizadas sem receita médica.
Diante desse quadro, o médico tem o
dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que,
necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os
entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito
que a maioria das pessoas se automedicam por sugestão de amigos, leitura,
fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para
tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser
danosos.
MEDEIROS,
Geraldo. Revista Veja, 18 de dezembro, 1985.
O
tema abordado no texto é
(A)
os riscos constantes da automedicação.
(B)
o crescimento da indústria farmacêutica.
(C)
a venda ilegal de medicamentos.
(D)
a luta pela manutenção da juventude.
(E)
o faturamento das consultas médicas.
QUESTÃO 06: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
Não se perca na
rede
A internet é o maior arquivo público do
mundo. De futebol a física nuclear, de cinema a biologia, de religião a sexo,
sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto. Mas essa avalanche de
informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se quer ser perder tempo? É
para isso que foram criados os sites de busca. Porta de entrada na rede para
boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom que já existem às centenas
também. Qual deles escolher? Depende do seu objetivo de busca.
Há vários tipos. Alguns são genéricos,
feitos para uso no mundo todo (Google, por exemplo). Use esse site para
pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou estrangeiros com versões
específicas para o Brasil (Cadê, Yahoo e Altavista). São ideais para achar
páginas “com.br”.
Paulo
D’Amaro. Revista Galileu, 2008.
O
artigo foi escrito por Paulo d’Amaro. Ele misturou informações e análise do
fato. O período que apresenta uma opinião do autor é
(A)
“foram criados sistemas de busca”.
(B)
“essa avalanche de informações pode atrapalhar”.
(C)
“sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto”.
(D)
“A internet é o maior arquivo público do mundo”.
(E)
“Há vários tipos”.
QUESTÃO 07: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
Qual a origem do
doce brigadeiro?
Em 1946, seriam realizadas as primeiras
eleições diretas para presidente após os anos do “Estado Novo”, de Getúlio
Vargas, O candidato da aliança PTB/PSD, Eurico Gaspar Dutra, venceu com
relativa folga. Mas o título de maior originalidade na campanha ficou para as
correligionárias do candidato derrotado, Eduardo Gomes (da UDN).
Brigadeiro da Aeronáutica, com pinta de
galã, Eduardo Gomes tinha um apoio, digamos, entusiasmado. Para trazer o
“corpo-a-corpo” com o eleitorado, senhoras da sociedade saiam às ruas
convocando as mulheres a votar em Gomes, com o slogan: “Vote no brigadeiro. Ele
é bonito e solteiro”. Não satisfeitas ainda promoviam almoços e chás, nos quais
serviam um irresistível docinho coberto com chocolate granulado. Ao qual deram
o nome, claro, de brigadeiro.
Almanaque
das curiosidades, p. 89.
A
finalidade desse gênero de texto é
(A)
propor mudanças.
(B) refutar um argumento.
(B) refutar um argumento.
(C)
advertir as pessoas.
(D)
trazer uma informação.
(E)
orientar procedimentos.
QUESTÃO 08: (SAEB, 2011) Leia os textos a seguir.
Texto
I
“Sou
completamente a favor da flexibilização das relações trabalhistas, pois a
velhíssima legislação brasileira, além de anacrônica, vem comprometendo
seriamente a nossa competitividade em nível global”.
Texto
II
“É
uma falácia dizer que com a eliminação dos direitos trabalhistas se criarão
mais empregos. O trabalhador brasileiro já é por demais castigado para suportar
mais essa provocação”.
Os
textos acima tratam do mesmo assunto, ou seja, da relação entre patrão e
empregado. Os dois se diferenciam, porém, pela abordagem temática. O texto II
em relação ao texto I apresenta uma
(A)
ironia.
(B)
semelhança.
(C)
oposição.
(D)
aceitação.
(E)
confirmação.
QUESTÃO 09: (SAEB, 2011) Leia os textos a seguir.
Texto I
Tio Pádua
Tio Pádua e tia Marina moravam em
Brasília. Foram um dos primeiros. Mudaram-se para lá no final dos anos 50.
Quando Dirani, a filha mais velha, fez dezoito anos, ele saiu pelo Brasil afora
atrás de um primo pra casar com ela. Encontrou Jairo, que morava em Marília.
Estão juntos e felizes até hoje. Jairo e Dirani casaram-se em 1961. Fico
pensando se os casamentos arranjados não têm mais chances de dar certo do que
os desarranjados.
Texto II
O casamento e o
amor na Idade Média (fragmento)
Nos séculos IX e X, as uniões
matrimoniais eram constantemente combinadas sem o consentimento da mulher, que,
na maioria das vezes, era muito jovem. Sua pouca idade era um dos motivos da
falta de importância que os pais davam a sua opinião. Diziam que estavam
conseguindo o melhor para ela. Essa total falta de importância dada à opinião
da mulher resultava muitas vezes em raptos. Como o consentimento da mulher não
era exigido, o raptor garantia o casamento e ela deveria permanecer ligada a
ele, o que era bastante difícil, pois os homens não davam importância à
felicidade. Isso acontecia talvez principalmente pelo fato de a mulher não
poder exigir nada do homem e de não haver uma conduta moral que proibisse tal
fato.
SABAGE,
Ingo Muniz. O casamento e o amor na Idade Média. Disponível em: http://www.milenio.com.br/ingo/ideias/hist/casamento.htm. Acesso em:
07/01/2007. (Adaptado)
Sobre
o “casamento arranjado”, o texto I e o texto II apresentam opiniões
(A)
opostas.
(B)
complementares.
(C)
duvidosas.
(D)
preconceituosas.
(E)
semelhantes.
QUESTÃO 10: (SAEB, 2011) Leia o texto a seguir.
O Mato
Veio o vento frio, e depois o temporal
noturno, e depois da lenta chuva que passou toda a manhã caindo e ainda voltou
algumas vezes durante o dia, a cidade entardeceu em brumas. Então o homem
esqueceu o trabalho e as promissárias, esqueceu a condução e o telefone e o
asfalto, e saiu andando lentamente por aquele morro coberto de um mato viçoso,
perto de sua casa. O capim cheio de água molhava seu sapato e as pernas da
calça; o mato escurecia sem vaga-lumes nem grilos.
Pôs a mão no tronco de uma árvore
pequena, sacudiu um pouco, e recebeu nos cabelos e na cara as gotas de água
como se fosse uma benção. Ali perto mesmo a cidade murmurava, estava com seus
ruídos vespertinos, ranger de bondes, buzinar impaciente de carros, vozes
indistintas; mas ele via apenas algumas árvores, um canto de mato, uma pedra
escura. Ali perto, dentro de uma casa fechada, um telefone batia, silenciava,
batia outra vez, interminável, paciente, melancólico. Alguém, com certeza já sem
esperança. Insistia em querer falar com alguém.
Por um instante o homem voltou seu
pensamento para a cidade e a sua vida. Aquele telefone tocando em vão era um
dos milhões de atos falhados da vida urbana. Pensou no desgaste nervoso dessa
vida, nos desencontros, nas incertezas, no jogo de ambições e vaidades, na
procura de amor e de importância, na caça ao dinheiro e aos prazeres. Ainda bem
que de todas as grandes cidades do mundo o rio é a única a permitir a evasão
fácil para o mar e a floresta. Ele estava ali num desses limites entre a cidade
dos homens e a natureza pura; ainda pensava em seus problemas urbanos – mas um
camaleão correu de súbito, um passarinho piou triste em algum ramo, e o home
ficou atento àquela humilde vida animal e também à vida silenciosa e úmida das
árvores, e à pedra escura, com sua pele musgo e seu misterioso coração mineral.
ARRIGUCCI,
Jr. Os melhores contos de Rubem Braga. São Paulo: Global, 1985.
No
texto, o elemento que gera a história narrada é
(A)
a preocupação do homem com os problemas alheios.
(B)
a proximidade entre a casa do homem e o morro com o mato viçoso.
(C)
o toque insistente do telefone em uma casa fechada e silenciosa.
(D)
o desejo do homem de buscar alento próximo da natureza.
(E)
os ruídos vespertinos da cidade, com seus murmúrios constantes.
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GABARITO
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2 comentários:
ajudou muito obrigada
Amei, ajudou muito... Obrigada ❤️
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