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domingo, 5 de abril de 2015

PARNASIANISMO ATIVIDADES COM GABARITO

PARNASIANISMO



LEIA, A SEGUIR, O POEMA DE FRANCISCA JÚLIA, PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 01 A 05. 

 

MUSA IMPASSÍVEL 

 

Musa! Um gesto sequer de dor ou de sincero 

Luto jamais te afeie o cândido semblante! 

Diante de um Job, conserva o mesmo orgulho; e diante 

De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero. 

 

Em teus olhos não quero a lágrima; não quero 

Em tua boca o suave e idílico descante. 

Celebra ora um fantasma anguiforme de Dantes, 

Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero. 

 

Dá-me o hemistíquio d’ouro, a imagem atrativa; 

A rima cujo som, de uma harmonia creba, 

Cante aos ouvido d’alma; a estrofe limpa e viva; 

 

Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos, 

Ora o ápero rumor de um calhau que se quebra, 

Ora o surdo rumor de mármores partidos. 

 

QUESTÃO 01: Pesquise, no dicionário, o significado das seguintes palavras que aparecem no poema. 

 

a) cândido: 

b) afeie: 

c) sobrecenho: 

d) austero: 

e) idílico: 

f) descante: 

g) anguiforme: 

h) Dante: 

i) Homero: 

j) hemistíquio: 

k) creba: 

l) calhau: 

 

QUESTÃO 02: Ao longo do soneto, o sujeito poético tem como interlocutora a sua musa, isto é, a sua fonte de inspiração. 

 

a) Quais as características da musa, presentes no primeiro quarteto? 

 

b) Ainda de acordo com essa estrofe e com os dois versos iniciais do segundo quarteto, que comportamentos a musa deve rejeitar, para manter suas características? 

 

c) Tais comportamentos lembram que estilo literário? Por quê? 

  

QUESTÃO 03: a “Musa impassível” parnasiana é fundamentalmente antirromântica. Como o título do poema justifica essa afirmação? 

  

QUESTÃO 04: Considerando o estudo sobre o Parnasianismo, relacione corretamente as características desse movimento literário aos versos retirados do poema “Musa impassível”. 

 

(1) descritivismo impessoal e objetivismo. A visão da obra como resultado do trabalho que se coloca como um técnico do verso perfeito. 

(2) Culto ao equilíbrio clássico e referências à mitologia grego-latina. 

(3) Preciosismo linguístico e vocabular, busca da palavra rara e perfeita, dos elementos poéticos. 

 

(    )

Versos que lembrem, com seus Bárbaros ruídos, 

Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra, 

Ora o surdo rumor de mármores partidos. 

(    )

Dá-me o hemistíquio d’ouro, a imagem atrativa 

A rima cujo som, de uma harmonia creba, 

Cante aos ouvido d’alma; a estrofe limpa e viva; 

(    )

Celebra ora um fantasma anguiforme de Dantes, 

Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero. 

 

QUESTÃO 05: Considerando as características do Parnasianismo percebidas até agora, responda: a poesia parnasiana é resultado da inspiração ou do trabalho, da “transpiração”? 

 

 

LEIA O POEMA, A SEGUIR, DE OLAVO BILAC, PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 06 E 07: 

 

RIO ABAIXO 

 

Treme o rio, a rolar, de vaga em vaga... 

Quase noite. Ao sabor do curso lento 

Da água, que as margens em redor alaga, 

Servimos. Curvas os bambuais o vento. 

 

Vivo há pouco, de púrpura sangrento, 

Desmaia agora o Ocaso. A noite apaga 

A derradeira luz do firmamento... 

Rola o rio, a tremer, de vaga em vaga. 

 

Um silêncio tristíssimo por tudo 

Se espalha. Mas a lua lentamente 

Surge na fimbria do horizonte mudo: 

 

E o seu reflexo pálido, embebido 

Como um gládio de prata na corrente, 

Rasga o seio do rio adormecido. 

 

QUESTÃO 06: Do ponto de vista formal, o poema, de Olavo Bilac, é um soneto porque caracteriza-se  

 

(A) pela liberdade do fazer poético, com emprego de versos livres e vocabulário informal. 

(B) pela linguagem subjetiva e sensual, típica entre os poetas ultrarromânticos. 

(C) pela regularidade métrica e rímica, obedecendo aos critérios clássicos de beleza poética.

(D) pela mistura entre prosa e poesia, bem como utilização de linguagem coloquial. 

(E) pela estética poética surrealista, típico modelo artístico inspirado pelos modernistas. 

  

QUESTÃO 07: No poema, de Bilac, predomina 

 

(A) a descrição.

(B) a narração. 

(C) a dissertação. 

(D) o estilo epistolar. 

(E) a prosa romântica. 

 

LEIA O POEMA, A SEGUIR, DE OLAVO BILAC, PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 08 A 11: 

 

PROFISSÃO DE FÉ 

 

Invejo o ourives quando escrevo: 

Imito o amor 

Com que ele, em ouro, o alto-relevo 

Faz de uma flor 

 

Imito-o. E, pois, nem de Carrara 

A pedra firo: 

O alvo cristal, a pedra rara, 

O ônix prefiro. 

 

Por isso, corre, por servir-me, 

Sobre o papel 

A pena, como em prata firme 

Corre o cinzel. 

 

Corre: desenha, enfeita a imagem, 

A idéia veste: 

Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem 

Azul-celeste. 

 

Torce, aprimora, alteia, lima 

A frase; e, enfim, 

No verso de outro engasta a rima, 

Como um rubim. 

 

Quero que a estrofe cristalina, 

Dobrada ao keito 

Do ourives, saia da oficina 

Sem um defeito: 

 

E horas sem conta passo, mudo, 

O olhar atento, 

A trabalhar, longe de tudo 

O pensamento. 

 

Porque o escrever – tanta perícia 

Tanta requer, 

Que ofício tal... nem há notícia 

De outro qualquer. 

 

Assim procedo. Minha pena 

Segue esta norma, 

Por servir-te, Deusa serena, 

Serena Forma! 

 

QUESTÃO 08: Faça uso do dicionário e localize o significado das seguintes palavras selecionadas do poema lido. 

 

Ourives: 

Carrara: 

Ônix: 

Cinzel: 

Cingir: 

Rubim: 

Perícia: 

 

QUESTÃO 09: Uma das características do poema parnasiano é o uso da figura de linguagem hipérbato (inversão). Identifique a inversão nos trechos indicados e reescreva-os na ordem direta. 

 

a) o terceiro e o quarto versos da primeira estrofe: 

  

b) o primeiro e o segundo versos da segunda estrofe: 

  

c) o terceiro e o quarto versos da segunda estrofe: 

 

d) o primeiro e o segundo versos da penúltima estrofe: 

  

QUESTÃO 10: Todo o poema está centrado numa comparação lógica entre o trabalho do ourives e o trabalho do poeta. Partindo dessa afirmativa, faça as correspondências de forma adequada. 

 

(1)  

ourives (1ª estrofe) 

(    ) 

Pensamento do poeta 

(2)  

prata firme (3ª estrofe) 

(    ) 

Trabalho estilístico 

(3)  

cinzel (3ª estrofe) 

(    ) 

Poeta 

(4)  

ampla roupagem (4ª estrofe) 

(    ) 

Papel 

(5)  

rubim (5ª estrofe) 

(    ) 

Pena 

(6)  

oficina (6ª estrofe) 

(    ) 

rima 

 

QUESTÃO 11: Pode-se concluir que escrever poesia equivale a um trabalho 

 

(A) artesanal.

(B) relaxante. 

(C) prazeroso. 

(D) artificial.  

 

QUESTÃO 12: considerando o estudo sobre o Parnasianismo, assinale (V) para as afirmações VERDADEIRAS e (F) para as FALSAS

 

(    ) 

A prática literária parnasiana, totalmente concentrada na produção poética, tendeu a alienar-se da vida, a refugiar-se no mundo clássico, tornando-se academicistas, elitista, fechada em seus domínios exclusivamente estéticos. 

(    ) 

Enquanto o Realismo e o Naturalismo são estilos voltados para a crítica social, a contestação dos valores burgueses, a estética parnasiana concentrou-se no ideal da arte pela arte, ou seja, valorizou sobretudo o seu próprio mundo, em detrimento da realidade exterior. 

(    ) 

A busca de perfeição formal, de acordo com as regras clássicas de criação poética, fez com que os poemas parnasianos primassem pelo rigor técnico. 

(    ) 

São algumas das características parnasianas: formas poéticas modernas, subjetivismo, vocabulário coloquial e acessível ao público leitor. 

(    ) 

A famosa tríade parnasiana brasileira compõe-se dos poetas Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. Além desses nomes, deve-se destacar o de Vicente de Carvalho e Francisca Júlia. 

(    ) 

O Parnasianismo surgiu no Brasil, no final do século XX, criado por Olavo Bilac, logo se espalhou para o mundo a fora, inclusive os Estados Unidos. 

 

 

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GABARITO

1.

a) cândido: muito branco, brancura, puro, inocência. 

b) afeie: enfear, tornar feio. 

c) sobrecenho: semblante severo 

d) austero: caráter severo. 

e) idílico: amoroso 

f) descante: canto 

g) anguiforme: que tem forma de serpente 

h) Dante: poeta italiano renascentista, autor da Divina Comédia 

i) Homero: poeta grego, a quem são atribuídas as principais epopeias da Grécia antiga: Ilíada e Odisseia. 

j) hemistíquio: a metade de um verso alexandrino (de doze sílabas métricas), e, por extensão, de qualquer verso

k) creba: repetida 

l) calhau: fragmento de rocha dura, pedra solta. 


2. 

a) Quais as características da musa, presentes no primeiro quarteto? 

R: Cândido semblante, orgulhosa de si, olhar e semblante severo. 

b) Ainda de acordo com essa estrofe e com os dois versos iniciais do segundo quarteto, que comportamentos a musa deve rejeitar, para manter suas características? 

R: Ela deve rejeitar o choro (lágrimas), rejeitar o olhar e semblante de tristeza. 

c) Tais comportamentos lembram que estilo literário? Por quê? 

R: Lembram o romantismo, especificamente a segunda geração romântica (ultrarromantismo). São características da segunda geração romântica os excessos de subjetivismo e emocionalismo, fantasia, culto da morte e pessimismo. 


3.

R: Impassível significa aquele que não se abala, aquele que é indiferente a dor ou a tristeza, isto é, características totalmente opostas ao estilo ultrarromântico. 

4. Resposta: 1,3,2 

5. 

R: Resultado do trabalho, porque o poeta parnasiano preocupa-se mais com a estética do poema do que com o conteúdo, busca-se a formalidade, objetividade, preciosismo vocabular e rigor técnico, o idela da “arte pela arte”. 


6. C

7. A

8. 

Ourives: aquele que conserta ou vende objetos trabalhados em ouro e prata. 

Carrara: cidade italiana famosa pelo tipo de mármore que lá se pode encontrar

Ônix: pedra que simboliza a discórdia. 

Cinzel: instrumento de aço, cortante numa das extremidades e usado especialmente por escultores

Cingir: rodear, cercar, coroar.  

Rubim: o mesmo que rubi. 

Perícia: habilidade, destreza. 

 

9.

a) o terceiro e o quarto versos da primeira estrofe: 

Com que ele faz, em ouro, o alto relevo de uma flor. 

b) o primeiro e o segundo versos da segunda estrofe: 

Imito-o. E, pois, nem firo a pedra de Carrara. 

c) o terceiro e o quarto versos da segunda estrofe: 

Prefiro o alvo cristal, a pedra rara, o ônix. 

d) o primeiro e o segundo versos da penúltima estrofe: 

Porque o escrever requer tanta, tanta perícia 

 

10. Resposta: 6,4,1,2,3,5. 

11. A

12. Respostas: V,V,V, F,V,F 


Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom. Obrigado.