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sábado, 25 de setembro de 2021

QUESTÕES SAEB, ENEM E VESTIBULARES ENSINO MÉDIO LÍNGUA PORTUGUESA


QUESTÃO 01: (ENEM). Uma nova preocupação atinge os profissionais que trabalham na prevenção da AIDS no Brasil. Tem-se observado um aumento crescente, principalmente entre os jovens, de novos casos de AIDS, questionando-se, inclusive, se a prevenção vem sendo ou não relaxada. Essa temática vem sendo abordada pela média:


Medicamentos já não fazem efeito em 20% dos infectados pelo vírus HIV


Análises revelam que um quinto das pessoas recém-infectadas não haviam sido submetidas a nenhum tratamento e, mesmo assim, não responderam às duas principais drogas anti-AIDS. Dos pacientes estudados, 50% apresentavam o vírus FB, uma combinação dos dois subtipos mais prevalentes no país, F e B.


(Adaptado do Jornal do Brasil, 02/10/2001)


Dadas as afirmações acima, considerando o enfoque da prevenção, e devido ao aumento de casos da doença em adolescentes, afirma-se que:


I. O sucesso inicial dos coquetéis, anti-HIV talvez tenha levado a população a se descuidar e não utilizar medidas de proteção, pois se criou a ideia de que estes remédios sempre funcionam.

II. Os vários tipos de vírus estão tão resistentes que não há nenhum tipo de tratamento eficaz e nem mesmo qualquer medida de prevenção adequada.

III. Os vírus estão cada vez mais resistentes e, para evitar sua disseminação, os infectados também devem usar camisinhas e não apenas administrar coquetéis.


Está correto o que se afirma em:


(A) I, apenas.

(B) II, apenas.

(C) I e III, apenas.

(D) II e III, apenas.

(E) I, II e III.


QUESTÃO 02: (ENEM) Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último parágrafos:


“Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?” Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. [...]

Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidades básicas mais elementares? [...]

Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absurdo? Vejam Grozny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofrimentos e as milhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra “civilização” quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais?


(UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001)


Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho citado é:


(A) “tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova Iorque.”

(B) “ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas.”

(C) “a Europa nos explorou vergonhosamente.”

(D) “o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve.”

(E) “os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa.”


(UFJF-MG) Leia, com atenção, o texto a seguir, um fragmento do artigo intitulado ‘A alma da fome é política’, do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, publicado no Jornal do Brasil, em setembro de 1993, para responder às questões 03 e 04.


A fome é exclusão. Da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa chega a não ter o que comer é porque tudo mais já lhe foi negado. É uma espécie de cerceamento moderno ou de auxílio. A morte em vida. O exílio da Terra. Mas a alma da fome é política.

A fome é a realidade, o efeito e o sintoma. O ponto de partida e de chegada. A síntese, a ponta do novelo a partir da qual tudo se explica e se resolve. Porque não é episódica, nem superficial, revela fundo o quanto uma pessoa está sendo excluída de tudo e com que frieza seu drama é ignorado pelos outros. [...] Mas a fome é também o atestado de miséria absoluta e o grito de alarme que sinaliza o desastre social de um país, que mostra a cara do Brasil.

[...]

É assustador perceber com que naturalidade fomos virando um país de miseráveis, com que tranquilidade fomos produzindo milhões de indigentes. Acabar com essa naturalidade, recuperar o sentido da indignação diante da degradação humana, re-absolutizar a pessoa como centro e eixo da vida e da ação política é essencial para transformar a luta contra a fome e a miséria num imenso processo de reconstrução do Brasil e de nossa própria dignidade. Por isso é que acabar com a fome não é só dar comida, e acabar com a miséria não é só gerar emprego, mas é reconstruir radicalmente toda a sociedade.


QUESTÃO 03: A respeito do texto de Betinho, é possível afirmar que ele:


(A) apresenta um panorama quantitativo da situação da fome no Brasil e os impactos causados pela miséria.

(B) discute as principais estratégias para, dentro dos limites da realidade, terminar com a fome no Brasil.

(C) constrói uma imagem poética dos excluídos, prejudicando, assim, o propósito comunicativo do texto.

(D) caracteriza a fome como um fenômeno natural em um país de desigualdade econômica.

(E) vai além das avaliações técnicas sobre a miséria e sobre a exclusão para defender a necessidade da reconstrução social.


QUESTÃO 04: As principais razões que justificam a indignação do sociólogo, em seu texto, são:


(A) a fome e a indiferença do outro à fome.

(B) a política brasileira e a falta de emprego.

(C) a desigualdade social e o preconceito racial.

(D) a degradação humana e o cerceamento político.

(E) o número de indigentes e a precariedade do sistema da saúde.


QUESTÃO 05: Jean de Léry viveu na França na segunda metade do século XVI, época em que as chamadas guerras de religião opuseram católicos e protestantes. No texto abaixo, ele relata o cerco da cidade de Sancerre por tropas católicas.


[...] desde que os canhões começaram a atirar sobre nós com maior frequência, tornou-se necessário que todos dormissem nas casernas. Eu logo providenciei para mim um leito feito de um lençol atado pelas suas duas pontas e assim fiquei suspenso no ar, à maneira dos selvagens americanos (entre os quais eu estive durante dez meses), o que foi imediatamente imitado por todos os nossos soldados, de tal maneira que a caserna logo ficou cheia deles. Aqueles que dormiram assim puderam confirmar o quanto esta maneira é apropriada tanto para evitar os vermes quanto para manter as roupas limpas [...].


Neste texto, Jean de Léry


(A) despreza a cultura e rejeita o patrimônio dos indígenas americanos.

(B) revela-se constrangido por ter de recorrer a um invento de “selvagens”.

(C) reconhece a superioridade das sociedades indígenas americanas com relação aos europeus.

(D) valoriza o patrimônio cultural dos indígenas americanos, adaptando-o às suas necessidades.

(E) valoriza os costumes dos indígenas americanos porque eles também eram perseguidos pelos católicos.



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sábado, 18 de setembro de 2021

QUESTÕES SOBRE A LITERATURA BARROCA NO BRASIL. PREPARE-SE PARA O ENEM.

QUESTÃO 01 (ENEM 2014): Leia o texto a seguir.

Quando Deus redimiu da tirania

Da mão do Faraó endurecido

O Povo Hebreu amado, e esclarecido,

Páscoa ficou da redenção o dia.


Páscoa de flores, dia de alegria

Àquele Povo foi tão afligido

O dia, em que por Deus foi redimido;

Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.


Pois mandado pela alta Majestade

Nos remiu de tão triste cativeiro,

Nos livrou de tão vil calamidade.


Quem pode ser senão um verdadeiro

Deus, que veio estirpar desta cidade

O Faraó do povo brasileiro.


DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.


Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por


(A) visão cética sobre as relações sociais.

(B) preocupação com a identidade brasileira.

(C) crítica velada à forma de governo vigente.

(D) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.

(E) questionamento das práticas pagãs na Bahia.


QUESTÃO 02: Entre as características literária do Barroco, destaca-se


(A) a necessidade de fuga da realidade.

(B) as ideias de base antropocentrista.

(C) o sentimento de exaltação da pátria.

(D) o uso de antíteses, metáforas e paradoxos.

(E) a idealização do amor e da mulher.


QUESTÃO 03: Leia o texto a seguir.


Ardor em firme coração nascido!

Pranto por belos olhos derramado!

Incêndio em mares de água disfarçado!

Rio de neve em fogo convertido!


Tu, que em um peito abrasas escondido,

Tu, que em um rosto corres desatado,

Quando fogo em cristais aprisionado,

Quando cristal em chamas derretido.


Se és fogo como passas brandamente?

Se és neve, como queimas com porfia?

Mas ali! Que andou Amor em ti Prudente,

Permitiu, parecesse a chama fria.


(Gregório de Matos)


O soneto de Gregório de Matos, acima, compõem-se de um claro jogo de palavras muito comum no exercício da poesia barroca. Dessa forma, na associação sugestiva entre ideias distintas como em “neve ardente” ou “chama fria”, tem-se


(A) um eufemismo.

(B) paradoxo.

(C) uma metonímia.

(D) uma hipérbole.

(E) uma ironia.


QUESTÃO 04: Sobre as principais características do Barroco, assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas.


(   ) A busca de uma síntese entre elementos contraditórios é a principal característica do modo de pensar no período barroco.

(   ) O estilo barroco é o meio de expressão do homem da época, saudoso da religiosidade medieval e, ao mesmo tempo, seduzido pelas solicitações terrenas e pelos valores do mundo.

(  ) Os autores barrocos se preocuparam em enfatizar o nacionalismo em suas obras, dedicando-se à reconstituição de fatos da história brasileira.

(   ) Misticismo, espiritualismo, subjetivismo e musicalidade são características importantes da poesia barroca.


De cima para baixo, a sequência correta é:


(A) F, F, V, V.

(B) V, F, V, F.

(C) V, F, F, V.

(D) F, V, V, F.

(E) V, V, F, F


QUESTÃO 05: Leia o texto a seguir.


Anjo no nome, Angélica na cara

Isso é ser flor, e Anjo juntamente

Ser Angélica flor, e Anjo florente

Em quem, se não em vós se uniformara?


Quem veria uma flor, que a não cortara

De verde pé, de rama florescente?

E quem um Anjo vira tão luzente

Que por seu Deus, o não idolatrara?


Se como Anjo sois dos meus altares

Fôreis o meu custódio, e minha guarda

Livrara eu de diabólicos azares

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda

Posto que os Anjos nunca dão pesares

Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda


(Gregório de Matos)


A poesia lírica de Gregório celebrou os amores vividos pelo poeta baiano como no poema transcrito em que o eu lírico


(A) compara a amada a uma flor e a um anjo.

(B) declara, sem qualquer eroticidade, seu amor por uma santa.

(C) em favor de um amor puro, procuro não discutir o amor carnal.

(D) foge ao materialismo amoroso e demonstra apenas o exercício da fé.

(E) ao citar a flor, assemelha-a a uma santa.



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sábado, 11 de setembro de 2021

QUESTÕES PROVA SAEB ENSINO FUNDAMENTAL II - LÍNGUA PORTUGUESA

Leia o texto a seguir para responder às questões 01 a 03.

O escularápio


Um escularápio foi chamado para tratar de uma rica senhora que sofria de catarata. Sendo, porém, desonesto, o nosso querido amigo sempre que ia visitar a rica velha furtava-lhe um objeto precioso. Quando acabaram os objetos preciosos, ele começou, despudoradamente, a levar-lhe também os móveis, um a um. Afinal, certo dia, não tendo mais o que roubar, deixou de visitar a velha. Mas não contente com isso sapecou-lhe em cima uma conta terrível, capaz de abalar mesmo a fortuna do mais rico catarático. A velha protestou dizendo que não pagava, e a coisa foi parar no Tribunal. E foi no tribunal que a velha declarou o motivo de sua recusa em pagar. Disse: “Não posso pagar a conta do senhor escularápio, do doutor médico, porque eu estou com a vista muito pior do que quando ele começou a me tratar. No início do tratamento eu ainda via alguma coisa. Mas, agora, não consigo enxergar nem os móveis lá da sala”.

Moral: a extrema desonestidade acaba visível mesmo para um cego.


(Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. 12. ed. Rio de janeiro: Nórdica, 1991).


QUESTÃO 01: No texto, o elemento que gera a história narrada é


(A) a falta de ética do médico ao cobrar um alto valor pelas consultas.

(B) a preocupação da senhora ao perceber piora em seu tratamento.

(C) a desonestidade de um médico ao se aproveitar de uma paciente indefesa.

(D) o protesto da senhora para não pagar pelas consultas médicas.


QUESTÃO 02: No trecho: “...certo dia, não tendo mais o que roubar, deixou de visitar a velha.” Em relação ao que foi dito antes, o trecho destacado apresenta o sentido de


(A) comparação.

(B) consequência.

(C) finalidade.

(D) condição.


QUESTÃO 03: No trecho: “Não posso pagar a conta do senhor escularápio, do doutor médico, porque eu estou com a vista muito pior do que quando ele começou a me tratar.” O conectivo destacado estabelece com as ideias que o antecedem uma relação de


(A) explicação.

(B) comparação.

(C) conclusão.

(D) oposição.


QUESTÃO 04: Leia o texto a seguir.


Eu tenho a sorte, só não crê quem não quer


Um grupo de cientistas liderados pelo professor Richard Wiseman, do Departamento de Psicologia da Universidade de Hertfordshire, na Inglaterra, descobriu que os amuletos da sorte só funcionam na cabeça de quem os carrega. A conclusão do trabalho é que eles não aumentam as chances de ganhar nada, mas fazem as pessoas se sentirem mais confiantes (e sortudas). O trabalho foi feito por um grupo de 100 voluntários, que ganharam uma moeda dos tempos da rainha Vitória para “dar sorte”. Durante um mês, todos tinham de anotar, diariamente, o que ela tinha mudado em áreas como finanças e saúde. Os pesquisadores comprovaram que não houve alteração provocada pelas moedas, mas 30% dos participantes afirmaram estar muito otimistas. Os outros também preferiram não arriscar. No final, 70% das “cobaias” pediram para ficar com a moedinha.

(Ciência Maluca - Superinteressante, n. 199-A, abril, 2004)


A finalidade desse gênero de texto é


(A) propor mudanças.

(B) advertir as pessoas.

(C) trazer uma informação.

(D) orientar procedimentos.


QUESTÃO 05: Leia o texto a seguir.


Não se perca na rede


A internet é o maior arquivo público do mundo. De futebol a física nuclear, de cinema a biologia, de religião a sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto. Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se quer sem perder tempo? É para isso que foram criados os sistemas de busca. Porta de entrada na rede para boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom que já existem às centenas também. Qual deles escolher? Depende do seu objetivo de busca.

Há vários tipos. Alguns são genéricos, feitos para uso no mundo todo (Google, por exemplo). Use esse tipo para pesquisar temas universais. Outros são nacionais ou estrangeiros com versões específicas para o brasil (Cadê, Yahoo e Atavista). São ideais para achar páginas “com.br”.


Paulo D’Amaro. Disponível em: http://galileu.globo.com/edic/116/rep_internet.htm. Acesso em: julho/2008.


O período que apresenta uma opinião do autor é


(A) “Há internet é o maior arquivo público do mundo”.

(B) “foram criados sistemas de busca”.

(C) “sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”

(D) “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”




HABILIDADES:

QUESTÃO 01: Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

QUESTÃO 02: Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto.

QUESTÃO 03: Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc.

QUESTÃO 04: Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

QUESTÃO 05: Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.



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GABARITO

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sábado, 4 de setembro de 2021

ATIVIDADE POEMA I-JUCA PIRAMA INDIANISMO - ROMANTISMO NO BRASIL

 Leia um trecho do poema I-Juca Pirama de Gonçalves Dias. (UnB-DF)


Meu canto de morte,

Guerreiros, ouvi:

Sou filho das selvas,

Nas selvas cresci;

Guerreiros, descendo

Da tribo tupi.


Da tribo pujante,

Que agora anda errante

Por fado inconstante,

Guerreiros, nasci;

Sou bravo, sou forte,

Sou filho do Norte;

Meu canto de morte,

Guerreiros, ouvi.


[...]

Ao velho coitado

De penas ralado,

Já cego e quebrado,

Que resta? - Morrer.

Enquanto descreve

O giro tão breve

Da vida que teve,

Deixai-me viver!


Aos golpes do inimigo,

Meu último amigo,

Sem lar, sem abrigo

Caiu junto a mi!

Com plácido rosto,

Sereno e composto,

O acerbo desgosto

Comigo sofri.


Meu pai a meu lado

Já cego e quebrado,

De penas ralado,

Firmava-se em mi:

Nós ambos, mesquinhos,

Por ínvios caminhos,

Cobertos d’espinhos

Chegamos aqui!


[...]

Eu era o seu guia

Na noite sombria,

A só alegria

Que Deus lhe deixou:

Em mim se apoiava,

Em mim se firmava,

Em mim descansava,

Que filho lhe sou.


Não vil, não ignavo,

Mas forte, mas bravo,

Serei vosso escravo:

Aqui virei ter.

Guerreiros, não coro

Do pranto que choro:

Se a vida deploro,

Também sei morrer.


A partir do trecho apresentado, extraído do clássico poema do indianismo brasileiro I-Juca Pirama, julgue os itens a seguir como VERDADEIRO ou FALSO.


A. No contexto da literatura brasileira do século XIX, era incomum o recurso a protagonistas ameríndios em poemas épicos e romances. Especialmente os autores que se filiavam ao romantismo tenderam a dar destaque nos seus textos a heróis de proveniência europeia, como forma de rejeitar o projeto de uma identidade brasileira, bem como de restaurar os laços com a cultura europeia, que haviam sido cortados desde a independência.


B. O refrão do poema - “Meu canto de morte, / Guerreiros, ouvi” - remete ao passado do personagem épico I-Juca Pirama, como indica o emprego da forma verbal “ouvi”, flexionada no pretérito do indicativo.


C. Ao utilizar como recurso de composição a narrativa em primeira pessoa do singular, o autor potencializa o apelo romântico do texto, fazendo que o drama do personagem Tupi seja sublinhado pela perspectiva íntima, a partir da qual os fatos são apresentados.


D. Para conferir dramaticidade ao momento de tensão em que o índio Tupi se apresenta à tribo que o aprisionou, o poeta utiliza esquema métrico e rítmico ágil, destacando-se a redondilha maior e as rimas cruzadas.


E. O índio, nesse poema de Gonçalves Dias e nas demais obras do indianismo romântico brasileiro, é representado segundo técnica literária realista, por meio da qual se pretende revelar o índio como legítimo dono das terras e da identidade cultural do país.


F. Verifica-se, nas últimas estrofes apresentadas, que o grande temor do personagem narrador é a morte, apesar de a desdita que a vida reservou a ele e a seu pai ser apresentada em forma de lamento.


G. O movimento romântico brasileiro, do qual o poema I-Juca Pirama é produção exemplar, procurou estabelecer as bases literárias da identidade cultural brasileira, objetivando a superação do cosmopolitismo expresso pela estética neoclássica, característica do Arcadismo.


H. Autores do modernismo brasileiro retomaram o tema do índio moralmente forte como símbolo da nação, como se pode verificar na obra Macunaíma, de Mário de Andrade.





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GABARITO


A. FALSO

B. FALSO

C. VERDADEIRO

D. FALSO

E. FALSO

F. FALSO

G. VERDADEIRO

H. FALSO